sexta-feira, outubro 03, 2008

O subterrâneo de Lino

A Hidra de Lino

Estive a tentar dominar-me para não voltar a escrever sobre “ele” mas não resisti! É mais forte do que eu, até porque “ele” parece também não resistir em prejudicar o Porto.


A última tem a haver com o metro.


A pompa e circunstância da assinatura da calendarização das novas fases de alargamento do metro do Porto que, no ano passado, foi assinado com o PM, foi na semana passada “fumada” pelo seu ministro das obras públicas lisbonenses e arredores.


Ora, imagine-se, que em plena crise financeira mundial, há uns autarcas no norte, levados por aspirações das suas gentes, que pensam em gastar dinheiro dos contribuintes em projectos tão dispendiosos como o metro. E quem é que deveria corrigir este despropositado? Nada mais do que o famoso Lino. Admiro este homem. Depois de tanta javardice, o elefante mostra como se consegue equilibrar no nenúfar. É admirável ou talvez não. Depende de que lado do país se está.


O que me apraz dizer sobre isto? Bem, é nitidamente atentatório o que este ser vivo rastejante anda a fazer ao resto do país, nomeadamente ao Porto. É difícil explicar e justificar perante as populações que vivem nesta zona que, dinheiro para fazer aeroportos em desertos, pontes rodo-ferro-fluvió-aero-viárias, TGV’s, compensações de 2 mil milhões de euros só porque disse “Jamais”, chega para isto tudo e que o resto “vê-se daqui a 20 anos”, palavras estas proferidas pela marioneta colocada na administração da empresa que, a propósito, foi moeda de troca para que os projectos do alargamento fossem calendarizados e acordados com o PM!!!! A fúria ainda se torna maior quando assistimos à congénere empresa de Lisboa que, acreditando no que está escrito no site, tenha obras em execução e projectos para alargamentos que nem sejam discutidos. Temos um ditado que diz: “Quem não sente, não é filho de boa gente”. Ora aqui somos todos boa gente, logo o silogismo impele-nos a que nos sintamos ultrajados.


Quando é que nos dão a regionalização para acabarmos com este centralismo desmesurado? Quando vamos unir as nossas vozes num coro ensurdecedor para que, de uma vez por todas, parem estes ataques constantes ao nosso progresso?


Em relação a esse pateta que temos como ministro, continua a sibilar pelos corredores do poder central, sem que nada aparentemente o atinja. Continua no seu abjecto ímpeto de prejudicar interesses nacionais que não estejam num raio de 50 km do ralo do esgoto que ele colocou no MOP. Talvez a razão para que ele goste mais do metro de Lisboa em relação ao do Porto, é que o primeiro é subterrâneo e o outro é à superfície. Deve-se sentir mais em casa. Ele faz-me lembrar a Hidra de Lerna, com seu hálito venenoso, porque sempre que alguém lhe parece cortar a cabeça, eis que renasce outras duas em seu lugar. Não temos um Hércules para o expulsar mas espero que umas eleições o ponham debaixo da pedra de onde ele rastejou.


Para as profundezas, o meu *Bloga-me isto!