terça-feira, fevereiro 03, 2009

Feeport (do inglês "as comissões portuguesas")


É triste mas o nosso país está, uma mais vez, embrulhado no manto da suspeição de corrupção, afectando agora o mediático PM. Adjectivo a dita personagem visto este se queixar dos media na série, quase frenética, de factos diários que vêm à luz do que está na escuridão das investigações. Frases tipo “o feitiço virou-se para o feiticeiro” ou “provar do próprio veneno” ou ainda “Quem com ferros mata, com ferros morre” afloram-se-me ao espírito, para quem viveu, até hoje, da poderosa ferramenta que é o quarto poder. Se há manobras nos bastidores, partidárias ou não, sinceramente não me interessa. Há, de facto, algo de estranho ali. Ninguém pode, para já, afirmar que o ministro há data, terá recebido um fee (para ser suave), mas quanto a um “tráfico de influências”, já é diferente.



Li a opinião de um primo meu no JN, o Manuel Serrão, que lamentava este episódio, já que parecia que ninguém em cargos que se adjudicam compras, tanto no sector público como no privado, teriam de ser órfãos de família. Entendo a argumentação mas acho que, por isso mesmo, tem de se ser muito transparente para que não subsistam dúvidas nenhumas. Resumia que “À mulher de César não basta ser honesta. Tem de parecer honesta”. Muito mais em gestores da res publica. E com pareceres aprovados a correr e de forma pouco clara, poucos dias antes de eleições, não se parece nada honesto! Parafraseando o homónimo, o PM sugere dizer:”Só sei que nada sei”… Mas todos sabemos que Sócrates sabia do que sabia.



Apesar de não gostar nada do visado, lamento que tudo isto se passe. É que isto é mais uma estação na via sacra para o calvário, sendo nós os “crucificados”. E neste “sacrifício” não temos por companhia os “ladrões”. *Bloga-me isto!