quinta-feira, setembro 25, 2008

Leitura...

Sua existência define-se por linhas, versejando por todo o espaço. Umas mais longas, outras mais curtas, rasgadas até ao infinito. A exuberância do belo que transmite, sensorialmente, a química inerente. Percorro-as, ávido de leitura, sedento de conhecimento, num consumo insaciável, qual suplicio de Tântalo. Os cantos e recantos que são cantados, exalam seu perfume irresistível, quais cantos de sereias, abraçados pelas teias do desejo. Arranca dentro de mim a paixão, a volúpia, o êxtase dos sentidos. Tanto se escreve, tanto se lê, mas nunca se consegue atingir. Como, se a imaginação é maior que nós? Como, se esta é mais importante que o conhecimento? Como, se a nossa inépcia instintiva tolda-nos a pena pela regurgitação da maça da árvore proibida? Oh vil serpente da tentação, pelas tuas acções estamos confinados ao óbvio, ao superficial, ao inteligível. Os seus segredos estarão sempre por desvendar, qual tesouro guardado por Cérbero, cujos labores incansáveis nos obriga a realizar. Percorro mas alguma vez cansarei? *Bloga-me isto!

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