Querida
Vovó Ni
É sempre difícil escrever quando os
olhos marejam e a saudade queima. Não choramos porque te perdemos. Isso nunca
será possível porque nos lembramos. Lembramo-nos da tua generosidade, da tua
alegria, dos docinhos que tinhas sempre para nós, dos beijinhos, dos croquetes
de carne inigualáveis mas sobretudo da tua força de viver. Se tivéssemos que
escolher uma característica que te definisse, seria, sem dúvida, essa tua
vontade de aproveitar o tempo que nos é dado. E todos sabemos que temos esse
pedaço de ti, pelo teu sangue e pelo teu exemplo. Somos todos filhos da tua
vida e essa continuará sempre por nós. Tentaremos honrar o teu legado, vivendo
e transmitindo aos nossos aquilo que nos ensinaste e, assim, a tua chama
continuará a arder no mundo. Partiste também para o teu lugar, que foi sempre
ao lado do vovô Júlio. Até nesse amor, foste exemplo.
Permite-nos que choremos um pouco.
Talvez seja um pouco egoísta da nossa parte porque foste para melhor. Mas que as
nossas lágrimas sejam um brinde à tua vida e não à tua morte. C.S.Lewis
escreveu: “Deus murmura aos nossos ouvidos por meio do prazer, fala-nos através
da nossa consciência, mas clama em voz alta por intermédio da nossa dor”. Assim
estamos, assim ficamos… Assim seja.
*Bloga-me isto!
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