sexta-feira, janeiro 05, 2007


Só...
No canto da minha alma, onde aranhas teçam propriedades, de luz rarefeita, encontro o espaço que falta da plenitude da vida. Tudo aquilo onde a vida vivida, sofrida ou amada, não alcança, porque é demasiado grande para lá caber. Todos o temos, mas poucos o usam. Não que seja inabitado (pelo menos, as aranhas sempre estão lá), mas o tocar-lhe é difícil. Há sempre qualquer coisa que impede a passagem. "Não fiques só" parece dizer. "Mas eu quero" eu necessito.
A soledade não é algo que se atinge com um golpe de asa, com um rasgo de energia, ou com uma oportunidade criada. É uma cama que se faz, é um tesouro que se guarda e se admira amiúde, é um segredo dito a um poço sem fundo, é um eco que tarda a regressar.

O estado desta nossa individualidade tem custos. Tem a necessidade de um sobranceiro afastamento da realidade que nos rodeia, de uma circunstância de quase hibernação ou de retiro qual eremita ou anacoreta. E isso, afasta-nos dos mais chegados.

Utiliza-lo, a esse cantinho, tem custos, mas o quociente da operação tem um surplus garantido. Ganhamos um pouco mais de espaço que perdemos noutros lugares. E isso, no fim, garante um balanço, um equilíbrio o qual todos procuramos e desejamos atingir. Bloga-me isto!

1 comentário:

Anónimo disse...

Estar só.
Para construir a nossa teia.
Estar só.
Eu quero,preciso-o.

Bloga-me isto, com tempo.
Beijo*