terça-feira, dezembro 12, 2006

Vivemos num tempo...


Vivemos num tempo em que tudo se processa com o chamado "pé atrás". Imagino que isso se deva a uma precaução de segurança, que decorre da dita segurança ser insegura. Passa pelas actividades normais diárias, como andar de carro, passear o cão, levantar dinheiro no Multibanco, até às próprias relações humanas, em que somos levados a provar que somos “normais” e não o contrário, como seria expectável (claro que tem de se explicar o que é ser normal também…).
Que raio de sociedade é que estamos a construir? Que sensação de liberdade é esta, que muitos propalam, mas que no dia-a-dia estamos constantemente a violar? Que sensação de liberdade é esta que as fechaduras de nossa casa são tantas que os nossos porta-chaves mais parecem os carrilhões da Torre dos Clérigos? Que sensação de liberdade é esta que olhamos para o nosso semelhante com a ideia de ser um “predador” de qualquer tipo e só após o conhecermos (bem) é que confiamos nele?
Estaremos mais seguros que no passado, só que são desafios diferentes ou realmente estamos a criar muros cada vez mais altos porque temos “Medo”? E qual a origem desse “Medo”? E quem é que é responsável pelo “Medo”, que logo, é o único que nos pode livrar desse “Medo”? Porque temos “Medo”?
Porque nos escondemos atrás de máscaras? Porque não podemos mostrar quem realmente somos? Porque é cada vez comunicamos mais, e há mais tecnologia nesse sentido, mas cada vez nos isolamos mais e nos sentimos mais sozinhos? Porque é que cada vez mais se gosta de protagonismo mas, no entanto, a nossa privacidade tem de ser respeitada? Porque é que cada vez mais se renega Deus, mas depois fica aquela sensação de vazio? E como preenchemos esse vazio?
São apenas perguntas. As respostas, cada um deve ter. Dentro dessa privacidade que cada um gosta. Bloga-me isto!

2 comentários:

Anónimo disse...

" São apenas perguntas".

E só responde quem quer não é?

:)

Fui.
Voltarei.

Diz Ela*

Francisco Souto e Castro disse...

Xico responde a Ela

É retórica!