segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Ah que dia!





Há dias assim…

Há dias em que as varandas na nossa vida não são locais de observação, mas de abissofobias. Em que o frio lá fora não é vicissitude da meteorologia, mas das correntes de ar da nossa alma. E a música que ouvimos não é o Bolero de Ravel, mas o Requiem de Mozart.

Há dias que são anos, longos, vagarosos e pesados, como uma gravidade em Júpiter. Como o tempo em Einstein.

Canta-me, ó musa da fortuna. Traz-me, nos teus braços dourados, o toque de Midas, servido numa bandeja. Sopra-me. Insufla-me o peito com o doce ar do teu bafo. Dá-me a beber a água de Lete, para que me embriague nela, e amanhã seja outro dia. Bloga-me isto!



3 comentários:

Marisela Agra disse...

A imagem é assutadora mas atrevida. A vida deveria ser assim um canto de beethoven nas asas de uma borboleta.
Um copo de vinho tinto nas mãos de uma amada, um cansaço adoravel de se sentir.

O tempo é aquilo que fazemos dele.

um beijo

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

"Xico",belo texto...

(passa por lá tens um desafio)

Abraço dELA*