sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ode ao Vinho


Ambrósia dos deuses.
Néctar fermentado do fruto da videira.
Por ti, vomitamos a verdade. Por ti, vagueamos num limbo, algures entre a razão e a imaginação. Contigo, regozijamos a alegria e a tristeza, afogamos as lágrimas e as gargalhadas, prevemos o futuro e perdemos o rumo.
Baco acolheu-te, abençoou-te, brindou-te contigo próprio, despojando-nos dos nossos corpos elevando a nossa alma. Saúde aos nossos copos.
Exilir da juventude, sem similitude, na atitude que provoca.
Branco da pureza, tinto da natureza, do sangue arterial que rola e circula nas gargantas, pândegas, ou apenas festivas.
Da cor do limão, da cor da palha, sua graciosidade espalha. De violeta pálido a rubi intenso, o universo imenso, emerso no cálice opulento.
Aroma a frutos, silvestres, secos, frescos, o bouquet servido no frio do frappé.
Com carvalho, gaulês ou luso, muita, pouca tosta, para quem gosta. E no fim, a adstringência no encorpado longo, talvez, mas sempre a sensação de que melhora, que abre, e que nos espera, no leito, a doce azia, até à próxima epopeia, deste deleite que é o Vinho. Bloga-me isto!

1 comentário:

Marisela Agra disse...

Uma homenagem merecida _:D