sexta-feira, abril 13, 2007

Engenhocas



Tinha de falar disto. Não que me faça perder o sono, mas talvez perder algum do respeito que tinha pela classe política e na (pouca) fé que eu tinha nas pessoas que gerem a res publica. Refiro-me à história da licenciatura (ou não) do PM.

Já o seu homónimo dizia “Só sei que nada sei” e no fundo, após a entrevista desta semana na RTP, ficamos de facto a saber nada. Ou melhor, nada mais do que já sabíamos. Era óbvio que o PM não iria dizer que não tinha licenciatura. Era óbvio que se iria vitimar levando este episódio para o cenário de cabala, conspiração e insulto. E era óbvio que os documentos iriam aparecer, mesmo que alguns não tivessem data.

O que ficou por explicar, no meu entender, foi se realmente houve ou não, favorecimento. Isto é, se outros alunos tiveram o mesmo tratamento que o PM teve nesta aventura académica. Porque, disso ele não se livra, que é de parecer que a sua licenciatura foi uma fantochada. Para acaba-la, ter de fazer apenas cinco cadeiras, quatro dadas pelo mesmo professor e outra pelo próprio reitor, com o certificado passado num domingo (para quê?), não necessitar de apresentar as cadeiras feitas na escola anterior, e não achar isto estranho, é realmente hilariante. E dar como justificação a escolha da UNI porque era perto do ISEL, ajuda a fanfarra. Se fosse por ser perto do Ministério do Ambiente ou perto de casa, ainda se entendia por ser pós-laboral, mas porque era perto da antiga escola???

O facto de se ter intitulado, antes de o ser, engenheiro, não é mais do que a personalidade saloia de tantos outros nossos conterrâneos. Conheço vários que se apresentam, eles próprios, com os títulos. Agora, o que realmente me apoquenta, é o carácter da personalidade que se não incomoda de realizar um curso nestas condições.

Outra faceta interessante no Sócratesgate foi ver a interacção entre a comunicação social (CS) e o poder. É conhecido o fascínio que a CS têm a este PM, pela máquina de propaganda montada. Mas os telefonemas “normais” para fazer pressões “normais”, alguns pelo próprio PM para abafar a história, é sintomático. E no fim, a própria CS achar que tudo foi explicado, no mínimo, é confrangedor. Gostaria de ver este tratamento com os partidos da direita, mas isso seria anti-democrático, não seria?

E assim vamos vivendo nesta terra de brandos costumes.

Deixo um pensamento de Einstein:
“É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom.”
Acho que o génio não estaria a pensar no nosso PM… Talvez a falar assim, não fosse escolhido para o Plano Tecnológico!
*Bloga-me isto!

6 comentários:

Marisela Agra disse...

Infelizmente o nosso país é uma buraco ....

Não comento. Mas o primeiro ministro deveria ter andado na Universidade do Algarve...


beijo

Vladimir disse...

tudo isto é o reflexo do desnorte asfixiante, incestuoso e permanente em que vivemos....

Miguel disse...

..."(...)moralmente bom".

Porque não escreves coisas que todos percebam?

Avid disse...

Hehehe...pelo menos a foto ficou...envergonhada!!!
Bjs meus

Marisela Agra disse...

Ausencia.....

Marisela Agra disse...

Sim chama-se "Goodbye Alice in wonderland".
Sabes que ando sempre a salvaguardar as minhas "joias".

:P