
terça-feira, abril 12, 2011
O país das inevitabilidades

terça-feira, dezembro 21, 2010
Mundo sem herois

Estranhos tempos vivemos hoje. Tempos recheados de paradoxos que, como qualquer coisa que seja contraditória, causa confusão. Todos observamos a crescente utilização de redes sociais como forma de ligar pessoas mas nunca antes observamos tantos casos de solidão, arrastados de uma forma ou outra. Não obstante destas contradições, poderíamos dizer que a vida de hoje está mais facilitada em relação a outros tempos. Até poderíamos dizer que hoje em dia, somos tentados a pensar que há muita pouca coisa porque lutar. Na verdade, no actual mundo ocidental têm-se a sensação de que o importante está conquistado. Democracias maduras, estados sociais, direitos humanos consolidados, ausência de guerras. Os problemas da economia existentes, e que afectam sobremaneira algumas faixas da população, são encarados como conjunturais, vestígios de alguma má gestão, que em breve será resolvida por quem as criou ou por alguém que irá substitui-los. Enfim, alguém irá faze-los desaparecer. Resumindo, a pessoa ocidental, ou como quem diz moderna, é um ser passivo, maravilhado com a era da tecnologia e informação, consumista e prisioneiro na cela de sua casa. Domina o (seu) mundo pelo ecrã da televisão ou do computador mas, dificilmente, se encontra confrontado com adversidades mobilizadoras. É um mundo sem heróis.
Provavelmente, nesta altura já vos consegui pôr a dormir mas não devia. É que esta é uma possível explicação porque normalmente sentimos pouca motivação para agarrar alguma causa. Ela até nos poderá ser atractiva, apelar à nossa lógica, mas cedo nos deparamos com a nossa pouca iniciativa, dizendo como naquela música dos Deolinda “…vão indo que eu vou já lá ter”.
E para onde foi a nossa coragem e a nossa bravura? Será que esses atributos só vêm nos nossos livros de história, praticados em guerras por alguém do antigamente? E onde está a nossa vontade por justiça, equidade e verdade? Não será isto mesmo que torna os actos banais em heróicos?
“Uma pessoa só atinge totalmente a maturidade no momento em que escolhe causas que valem mais que a sua própria vida” disse Mounier. Temos a opção de escolher uma causa que é maior que nós próprios. Com a MARCA queremos atingir essa causa que, só pelo facto de podermos aspirar a concretiza-la, nos devíamos orgulhar de lhe pertencer. Não é uma causa para desistir, porque não é uma opção. O futuro do nosso país depende duma mudança de paradigma, de mentalidade, de cultura. Sem ela, nunca deixaremos de ser dos “ingovernáveis” povos de sul, pobres de espírito, em que o progresso não pára na nossa estação, apenas passa à velocidade suficiente de saltarmos para a última carruagem. Esse é o país que não queremos mas se não fizermos nada, é esse o que teremos. Homens como Sá Carneiro tinham a causas porque lutar. E nós, não teremos?
A vocês deixo-vos, portanto, a pergunta: Que legado querem deixar?
Acredito que a vossa causa não passe por um movimento como a MARCA. Mas não deixem de ter uma, porque todos precisamos de ter. No entanto aqui, se se juntarem a nós, lutaremos para que isso aconteça. Podemos ser um país sem heróis, ao revés de outrora, mas podemos mostrar ao país que ainda existem pessoas que acreditam que o nosso país pode ser próspero pelo engenho e arte dos portugueses, e fazer orgulhosos os nossos avós que, com sangue, suor e lágrimas deixaram a nação em que hoje vivemos.
*Bloga-me isto!
quinta-feira, junho 04, 2009
Post-this...
quarta-feira, maio 27, 2009
O definhamento do Porto

Vai para tempos imemoráveis que esta frase, dita pelos seus habitantes, é proferida com um rasgo de orgulho. O nosso peito incha, inflama com a sua invocação. Como que sentindo o legado dos nossos antepassados, do peso da nossa história para gesta do nosso país. E não é em vão. Não só porque daqui deriva o nome de Portugal mas porque, em qualquer momento marcante, estivemos sempre lá. De corpo e alma.
A sua riqueza não é só feita de tangibilidades. É feita pela alma de um povo trabalhador, habituados a serem timoneiros do seu próprio destino, a talharem a forma do seu fado.
A sua beleza não é cosmética. A sua luz cintila por entre a opacidade plúmbea das suas paredes, essa luz pura e verdadeira que irradia do âmago, de dentro para fora, da sua índole. Como a nossa divisa, que está gravada em nossos corações, irradiando: “Antiga, mui nobre, sempre leal, invicta cidade do Porto”. Ser do Porto é mais do que um acto físico e de ocupação de um espaço. É preciso ser do Porto para se perceber isso.
Ora, tal paixão que me guia na vida, força-me a ser sensível a tudo que se passa na minha cidade, quer seja boa ou quer seja má.
Há pouco tempo, fui confrontado com os números implacáveis (e quão implacáveis são) do desenvolvimento do nosso país nos últimos 20 anos, numa radiografia feita retalhando o nosso país nas suas 30 NUTS (Nomenclatura de Unidades Territoriais). Aqui vai uma súmula de alguns indicadores relevantes, comparando a NUT Grande Porto com a Grande Lisboa.
PIB (%)------14,56---12,03---5,52---31,09
PIB per capita
(Portugal=100)----124,24---99,68--87,07--163,04
Crescimento
PIB per capita (%)----------194,1----------586,3
Já ouvimos falar, vezes amiúde, do declínio económico do Porto. Aqui, nestes números, está espelhado o definhamento, sobretudo em comparação com a capital. É certo que as razões para tal não podem ser resumidas na megalocefalia perpetrada por governos sucessivos da democracia. Mas, indiscutivelmente, o seu peso é decisivo. E a verdade é que nesses governos houve vários ministros que originavam do Porto e que, aparentemente, nada importou. Alguma síndrome da “Queda do Anjo” relatado pelo Camilo?
No entanto, gostaria de não só culpabilizar esta tendência nacional, eu diria mais, histórica, de sempre que há dinheiro, esse ser gasto na capital. Apesar das minhas entranhas pedirem sempre contas, de uma forma quase primitiva, ao centralismo, ao ralo do país que é Lisboa.
Não quero só culpabilizar porque, a verdade, é que a culpa aqui não tem apenas um esposo. Por muito que nos custe ouvir e concordar, foi muito à custa da nossa indolência que ficamos arredados da vanguarda da modernização. As nossas indústrias, orgulho passado e alavancas de uma prosperidade pretérita, não passam hoje (com raras excepções) de monos arcaicos, baseadas na mão-de-obra barata e de produtos caducos. A actividade secundária não foi modernizada segundo os padrões actuais de competitividade. Poucas são suficientemente criativas para poder cativar os recursos humanos disponíveis nas nossas universidades, quanto mais aos competitivos mercados internacionais. E o nosso estiolamento gerou-se aqui.
O futuro da nossa cidade está nas suas gentes. Sempre foi e sempre será. E hoje em dia, muito mais é. No advento da nova era, a Era da Tecnologia e Informação, em que o principal activo de uma empresa é o trabalhador, altamente qualificado. Temos a maior e melhor universidade do país, uma excelente escola de gestão, as ferramentas necessárias para formar e debitar a mão-de-obra qualificada para podermos fazer frente aos desafios que esta nova era nos coloca. E é neste caminho que temos de encarrilar para apanharmos o expresso do progresso.
Que seja neste período, difícil mas altamente desafiante, que mostremos essa fibra que nos constitui, essa mesmo que, durante séculos, fez que o Porto seja a cidade respeitada que é.
sexta-feira, maio 15, 2009
Rogativa

O labor que nos merece.
Ó divina protecção
Não desvies a tua atenção
Para quem te suplica
A tua poderosa mão
E com quem satisfeito não fica
Com uma breve locução.
A vida é feita de sofrimento
Tão frequente como o alimento.
Malhando-nos como metal
Temperando-nos como o sal.
Da matéria de que sou feito
Não me interpretes como tal,
Porque com tanto defeito
Assim, fico tão mal.
O futuro a Deus pertence
E ainda bem que pertence.
Pois o presente previsto
Do passado não me visto.
Dele não quero ser refugiado.
Livre, por tal insisto
Deixar-te assim o recado
Aqui, no *Bloga-me isto!
quinta-feira, maio 14, 2009
Tetraficado...
quarta-feira, maio 06, 2009
A crise segundo "Einstein"

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."
quinta-feira, abril 30, 2009
Pergunta e resposta!
terça-feira, abril 07, 2009
Democracia...
Sendo a democracia o “poder do povo”, em boa verdade estamos todos responsabilizados pela sua qualidade, seja ela boa ou má, segundo a nossa opinião. Porque mesmo que ela seja má, ninguém poderá dizer porque não é culpa sua, salvo que a democracia não seja o seu sistema de governação preferido. Mas aí, também, atura a democracia reinante porque quer, não faltando outros países que tenham outros sistemas que se aproximem mais dos seus desejos. Se há coisa que a globalização trouxe foi oferta de tudo o que existe. Resumindo esta ideia, a democracia deverá ser um somatório de vontades, de pessoas livres, que escolhem e acatam a vontade da maioria. Outra trivialidade.
Sendo assim, porque é que, de uma maneira geral, os gestores deste sistema, os políticos, estão tão descredibilizados e, por inerência, ajudam a que se sinta um ambiente de insatisfação perante a democracia? Não sou eu que o digo. Uma constatação evidente é a clara abstenção das eleições. Ninguém sério poderá dizer que, quando repetitivamente, a abstenção está acima dos 30% nas legislativas (35,74% em 2005, mais de um terço da população) que é normal. Um terço do nosso país não sabe o que quer? Não tem opinião? Eu interpreto mais pelo lado pragmático do drama: não vão votar porque não sentem vontade nem incentivo ao exercício do acto. São os comodistas, poderão dizer, mas são a face visível do problema da descredibilização na actividade política. Quando existe motivação, esta percentagem de comodistas é residual. É a percentagem daqueles que realmente não sabem nem tem opinião. Mas creio que as pessoas sabem o que querem, e quando a paixão ardente lhes trespassa o coração, a verdadeira motivação, são como chamas em floresta seca. Alastra e arrasta multidões. Temos, por certo, ilustrações disso. Quem não se lembra do entusiasmo do país à volta da selecção na final do europeu em 2004. Dificilmente alguém sentia-se indiferente ao ambiente, mesmo que não goste de futebol. Isto é assim quando há uma visão, uma missão e um objectivo em que estejam todos alinhados. É imparável.
É sobre a resposta à pergunta formulada que me proponho aqui escrever.
O observador comum, em que me incluo, é quase diariamente confrontado com situações que em nada dignificam a democracia. A suspeição de corrupção sobre os decisores, o enriquecimento ilícito de políticos, a impunidade de quem é poderoso, entra-nos pelos olhos dentro a uma velocidade quase impossível de assimilar. Não falo da questão que um jornal diário tem hoje em dia mais informação que um cidadão do século XVIII teria numa só vida. Refiro-me a que são tantas que é impossível aceitar todas. São tantos os casos que, para mantermos alguma sanidade e confiança no sistema, ignoramos algumas. São tantas que torna-se normal e corriqueiro. E, lentamente, como gota a gota em pedra dura, vamos desmoralizando, definhando, quebrando. Baixamos os braços porque conhecemos a história de D. Quixote e sabemos que estamos a combater moinhos de vento, por conta duma Dulcineia que nos zomba. Cavaleiros da triste figura.
Estarei a ser exagerado? Estarei, por ventura, a dar preponderância ao negativo em detrimento do louvável? Lembro-me quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, o que de mais grave se lhe apontou (em termos ilícitos) era uma suposta remodelação da casa de banho. Não vou fazer mais comparações. Mas há, nitidamente, hoje em dia um degradar de respeito e de confiança da figura do estado e das suas instituições que o constituem.
O que acabo por observar é que esta conspurcação acaba por ser como um mau cheiro a que nos habituamos. Não é difícil encontrar gente boa que vota em políticos corruptos porque “rouba mas, ao menos, faz alguma coisa”. A capitulação dos nossos próprios valores perante “o mal menor”. É uma classe média que se verga interiormente e isso resulta no patamar desclassificado que valorizamos os nossos políticos, e depois a democracia por tabela. Jamais será possível ver uma democracia saudável com uma classe média despojada, quer de valores materiais, quer de valores morais. E, na minha opinião, é isso que se passa na nossa classe média. Desencantamento. Desapontamento. Enfadamento. Atraiçoamento.
Como foi, sabiamente, aqui comentado por uma ilustre visitante “Para que o mal vença, basta que as pessoas boas não façam nada”. Nada mais. É tempo de fazermos alguma coisa. É tempo de sair do nosso confortável sofá e fazermos algo mais que “zapiar” os canais quando aparecem os políticos a falar. É tempo de estendermos as nossas conversas de café para auditórios mais vastos. É tempo de sermos mais interventivos e não deixarmos que usurpadores levem a nossa lisura e orgulho. O que ficará após nos levarem essa centelha de amor-próprio que nos faz ir votar? Não temos que nivelar por baixo quem nos representa, rebaixando-nos.
Este desidrato meu é, nada mais, nada menos, o que me vai na alma. O meu mea culpa da situação existente. Cada vez que hesitei em me tornar mais interventivo, ajudei a que outros, sem escrúpulos, tivessem a oportunidade de rapinar.
Por isso, daqui clamo, ó gente da minha terra, ó gente boa e trabalhadora, de todas as classes sociais, façamos mais pela nossa democracia. Unamos esforços, dentro do nosso círculo de influência, por tornarmos células de grandeza e de exemplo.
Deixo-vos duas pérolas de Churchill:
"A democracia é a pior forma de governo, exceptuando todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos"
“Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos."
Palavras para quê! *Bloga-me isto!
quarta-feira, março 18, 2009
The Road Not Taken

And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
Viagem ao nosso centro...

Devíamos sempre explorar os nossos limites. Guiados sempre pela consciência, que bem usada, indica-nos sempre o caminho certo. Mas nunca conformando-nos com o que já atingimos. Normalmente significa caminhos estreitos e perigosos, diferentes de largas avenidas cheias de luz, mas o fim é sempre mais grandioso e luminoso. A definição de sacrifício não é mais do que abdicar de algo bom por algo ainda melhor. E quando assim é, só podemos encetar nesse caminho, que nos levará à felicidade.
Faz todo o sentido falar disso hoje em dia. A nossa sociedade vive de valores imediatistas, do arranjo fácil. Nada pode ser feito se não obtiver resultados para ontem. O consumo ávido e impaciente atropela os princípios básicos de que se rege o universo. Ninguém pode atirar-se de um prédio e a meio resolver que já não quer cair. A gravidade está a rege-lo. Do mesmo modo, nada de positivo pode ser criado da noite para o dia, como Roma e Pavia.
Plutarco disse:” Encontrar defeito é fácil, mas fazer melhor pode ser difícil”. Façamos o mais difícil para depois ser mais fácil. *Bloga-me isto!
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Feeport (do inglês "as comissões portuguesas")

Li a opinião de um primo meu no JN, o Manuel Serrão, que lamentava este episódio, já que parecia que ninguém em cargos que se adjudicam compras, tanto no sector público como no privado, teriam de ser órfãos de família. Entendo a argumentação mas acho que, por isso mesmo, tem de se ser muito transparente para que não subsistam dúvidas nenhumas. Resumia que “À mulher de César não basta ser honesta. Tem de parecer honesta”. Muito mais em gestores da res publica. E com pareceres aprovados a correr e de forma pouco clara, poucos dias antes de eleições, não se parece nada honesto! Parafraseando o homónimo, o PM sugere dizer:”Só sei que nada sei”… Mas todos sabemos que Sócrates sabia do que sabia.
Apesar de não gostar nada do visado, lamento que tudo isto se passe. É que isto é mais uma estação na via sacra para o calvário, sendo nós os “crucificados”. E neste “sacrifício” não temos por companhia os “ladrões”. *Bloga-me isto!
terça-feira, janeiro 20, 2009
MMIX

Gostaria de desejar a todos o melhor ano de 2009 possível. A incerteza que paira no nosso horizonte é grande, ainda agravada pela cambada de imbecis que nos governam. O que hoje é dito, amanhã pode ser desmentido. E a culpa, como será durante todo o ano, é a crise. Costas largas terá a conjuntura.
Será um ano, a nível pessoal, de muitos desafios. Vou tentar que aqui seja um espaço onde possa ir balanceando o meu barco, porque a falar é que a gente se entende e a escrever é que a gente se sente.
Lanço aqui a minha “mensagem na garrafa” no mar imenso cibernauta:
Disse Jacques Philippe: “Não é por termos liberdade que podemos mudar tudo à nossa volta, mas dispomos da faculdade de dar sentido a tudo (o que é muito melhor), mesmo àquilo que não o tem! Nem sempre somos senhores do desenvolvimento da nossa vida, mas somos sempre senhores do sentido que lhe conferimos.” Sejamos capazes de entranhar bem este conceito.
Bem hajam, *Bloga-me isto!
sexta-feira, novembro 21, 2008
Turn my head
keep it angry
keep it whispy
I've fallen down
drunk on your juices
I turn my head
turn my head
it's aimed at you
Funky temple your dress is torn to shreds
your eyes are crazy
I bowed to save my head and
I can't forget you
but I can remember
I turn my head
turn my head
it's aimed at you
Oh no, we came to love you all day
these bastards are leavin'
somebody's got to stay
whatever we called you
it's just a name
just a name
by Live
sexta-feira, novembro 14, 2008
O nosso habitat...

As razões para o sermos são muitas e conhecidas. Já se fizeram estudos, já se debateu na sociedade civil, em movimentos mais ou menos organizados, já se debateu na Assembleia da República, em cafés e reuniões de amigos. Todos já falamos disso. Todos sabemos disso. Todos nos queixamos disso. Mas fazemos alguma coisa para o mudar?
É uma pergunta retórica, bem sei. Mas gostaria de falar de uma das razões que, pessoalmente, acredito ser a mãe de todas as justificações. Ela é a corrupção, no seu sentido lato.
Ela é o cancro que mina o nosso desenvolvimento. Está tão disseminada em nós e na nossa cultura como está o bacalhau. Que outra razão seria se observamos que, por exemplo, autarcas corruptos ganhem eleições? Não digo apenas aqueles que têm julgamentos a decorrer ou já sentenciados mas igualmente aqueles que vemos que entram pobres nas câmaras e saem milionários. A incrível justificação é que “Roubam mas ao menos fazem alguma coisa pela terra”. Admirável.
Como admitimos que desde que entramos na União Europeia tenhamos recebido biliões de euros, muito mais que certos países da União Europeia que entraram muito depois de nós, eram mais pobres e hoje são mais ricos. É por sermos um país periférico? Patético.
E o famoso factor “C”? Não será também um sistema de valorizar o social em vez do mérito? Também a esse nível há corrupção.
Isto, obviamente, cria fossos entre aqueles que estão privilegiados em ter acesso ao dinheiro recebido e aqueles a quem não chegam a cheira-lo nem a ver a sua cor. A teia de interesses instalados torna a distribuição desigual e a sua aplicação ineficiente.
E por tal, nunca seremos um país rico. Posso estar a ser muito definitivo mas tenho quase 900 anos de histórico para o comprovar. Mesmo nos saudosos séculos dos descobrimentos, em que bilhões de euros entraram em Portugal, havia na mesma fome e pobreza (indiquei euros de propósito para criar a metáfora). Nunca a riqueza criada foi aplicada para desenvolver o país mas sim o dispêndio, o acessório, o luxo. Antes como agora. Os juros baixos dos últimos anos apenas serviram para endividar e não para investir. Isto está nos nossos genes. É inevitável.
Há um provérbio chinês que diz: “Se os teus projectos forem para um ano, semeia o grão. Se forem para dez anos, planta uma árvore. Se forem para cem anos, educa o povo.” O nosso drama é: quem educa quem?
Querem viver num país rico? Mudem de país! *Bloga-me isto!
sexta-feira, outubro 03, 2008
O subterrâneo de Lino
A última tem a haver com o metro.
A pompa e circunstância da assinatura da calendarização das novas fases de alargamento do metro do Porto que, no ano passado, foi assinado com o PM, foi na semana passada “fumada” pelo seu ministro das obras públicas lisbonenses e arredores.
Ora, imagine-se, que em plena crise financeira mundial, há uns autarcas no norte, levados por aspirações das suas gentes, que pensam em gastar dinheiro dos contribuintes em projectos tão dispendiosos como o metro. E quem é que deveria corrigir este despropositado? Nada mais do que o famoso Lino. Admiro este homem. Depois de tanta javardice, o elefante mostra como se consegue equilibrar no nenúfar. É admirável ou talvez não. Depende de que lado do país se está.
O que me apraz dizer sobre isto? Bem, é nitidamente atentatório o que este ser vivo rastejante anda a fazer ao resto do país, nomeadamente ao Porto. É difícil explicar e justificar perante as populações que vivem nesta zona que, dinheiro para fazer aeroportos em desertos, pontes rodo-ferro-fluvió-aero-viárias, TGV’s, compensações de 2 mil milhões de euros só porque disse “Jamais”, chega para isto tudo e que o resto “vê-se daqui a 20 anos”, palavras estas proferidas pela marioneta colocada na administração da empresa que, a propósito, foi moeda de troca para que os projectos do alargamento fossem calendarizados e acordados com o PM!!!! A fúria ainda se torna maior quando assistimos à congénere empresa de Lisboa que, acreditando no que está escrito no site, tenha obras em execução e projectos para alargamentos que nem sejam discutidos. Temos um ditado que diz: “Quem não sente, não é filho de boa gente”. Ora aqui somos todos boa gente, logo o silogismo impele-nos a que nos sintamos ultrajados.
Quando é que nos dão a regionalização para acabarmos com este centralismo desmesurado? Quando vamos unir as nossas vozes num coro ensurdecedor para que, de uma vez por todas, parem estes ataques constantes ao nosso progresso?
Em relação a esse pateta que temos como ministro, continua a sibilar pelos corredores do poder central, sem que nada aparentemente o atinja. Continua no seu abjecto ímpeto de prejudicar interesses nacionais que não estejam num raio de 50 km do ralo do esgoto que ele colocou no MOP. Talvez a razão para que ele goste mais do metro de Lisboa em relação ao do Porto, é que o primeiro é subterrâneo e o outro é à superfície. Deve-se sentir mais em casa. Ele faz-me lembrar a Hidra de Lerna, com seu hálito venenoso, porque sempre que alguém lhe parece cortar a cabeça, eis que renasce outras duas em seu lugar. Não temos um Hércules para o expulsar mas espero que umas eleições o ponham debaixo da pedra de onde ele rastejou.
quinta-feira, setembro 25, 2008
Leitura...
terça-feira, setembro 23, 2008
Portugal Tropical

Pois bem. Eu tenho uma teoria diferente. Constatando os últimos Verões chuvosos que temos tido, ao inverso dos Invernos secos, acho o que está a acontecer é ficarmos com um clima tropical, em que no Verão temos a monções. Ontem contei 40 minutos de chuva intensa que me fez lembrar as chuvas que apanhei na Índia há duas semanas.
Um Portugal tropical é pois a minha teoria. Agora é que vamos mesmo ser uma república das bananas! E outras frutas…
Viva as monções...*Bloga-me isto!
quinta-feira, setembro 18, 2008
Gulp Renováveis

É claro que entendo, e compreendo, as justificações dadas pelo CARTEL sobre as razões da subida dos preços, ou não fosse um tolo e um lorpa. Nem sou a favor da taxa "Robin dos Bosques". Isso de roubar às pobres petrolíferas para dar aos ricos párias que temos na nossa sociedade, não está certo. Enfim, suponho que esta taxa é mais uma das muitas que o preço final do combustível já tem. Aliás, acho que os combustíveis não só poluem com CO2 mas também com todas as taxas e impostos que têm diluídos na sua composição, o que é verdadeiramente nefasto para o nosso meio ambiente.
Lembro-me de uma telenovela brasileira, que não me lembro do nome, em que havia um personagem que tinha inventado a urinolina. Isso é que era bom. Assim, em vez de eles cagarem para nós, mijávamos nós neles… Literalmente!
Ó CARTEL, *Bloga-me isto!
sexta-feira, maio 16, 2008

A justificação foi que não conhecia a lei, que foi aprovada pelo seu governo. Também não é novidade. Faz lembrar uns projectos em que supostamente assinou mas não foi ele que os fez.
É razão para dizer: “Ó Zé, dá-me uma passa!” Passou-se.

*Bloga-me isto! Zé
quarta-feira, maio 07, 2008
"Pensatempos"

Há dias tive o “desprazer” de passar os olhos por um livro editado por uma personalidade muito conhecida da nossa praça. O dito VIP chamou a esse livro o nome pomposo de “Pensamentos”, dele subentende-se. Tratam-se de frases alegadamente proferidas ou registadas desta persona, que inspiraram sua vida pessoal e profissional. Tudo muito bem. Pode se achar vindo de uma pessoa de ego inchado e pouco modesto, mas trata-se realmente de alguém que venceu na vida. Agora o pior é apropriar-se de frases, a maior parte delas desconhecidas do grande público, como suas. Algumas foram ardilosamente modificadas, como por exemplo “O meu gasto mais dispendioso é o tempo”, mas a maior parte estão “escarrapachadas” como realmente vieram ao mundo.
Suspeito que a pessoa nem sonha que essas frases já foram ditas e que nem imagina que o indivíduo que contratou para fazer o dito livro nem sequer foi muito estudioso para buscar as “frases soltas”. Bastou ler um panfleto do banco BES.
Diz-se que uma mentira dita muitas vezes torna-se verdade. Será que uma verdade dita muitas vezes perde o seu dono? Espero que não porque as ideias têm pais, não nascem órfãs. “A César o que é de César” (Jesus Cristo).
A esse VIP (Very Imported Person) o meu *Bloga-me isto!
sexta-feira, março 14, 2008
Vã razão de ... voltar!

Já sentia saudades de escrever.
O mundo leva-nos na sua torrente imparável, qual tsunami, e por vezes nem sentimos que vamos arrastados. Tem de haver tempo para nos escutar sob pena de nos perdermos. Perdermo-nos nos nossos próprios labirintos, ameaçados por insanos minotauros à espreita.
Exagero? Talvez. Mas se nenhum homem é uma ilha, também é verdade que a ilha tem, de vez enquando, ser visitada.
Para o Teseu, um *Bloga-me isto!
terça-feira, outubro 09, 2007
O tal Canal

É um canal visivelmente feito com parcos recursos mas largamente compensado por um grande coração, cheio de vontade de ser uma voz activa nesta empobrecida e sangrada cidade. A sua juventude, não só pelo tempo de vida mas também pela idade dos seus protagonistas, irradia alegria e originalidade em muitos dos seus programas. No panorama das nossas televisões, onde pouco se aproveita, este canal é uma lufada de ar fresco, com uma grelha onde existem programas como o “Humor Cão” e “Por um canudo”, do hilariante João Seabra, “Crónicas” dos historiadores Júlio Couto e Joel Cleto, e outros como “Voltas pela cidade”, “Porto Alive!”, “Sozinha da cidade”, “A bola é redonda” etc etc…
Aconselho todos a ver. Nem que seja dar uma oportunidade a esta gente que tenta dizer, com sotaque, que esta cidade tem vida própria, muito para dar, e que necessita de um canal para o demonstrar.
É com orgulho que digo para o Meu Canal, o Porto Canal, um *Bloga-me isto!...carago!
sábado, setembro 29, 2007
Desproporcionado ou Despropositado?
Quem é que ainda não viu o episódio da entrevista do Pedro Santana Lopes a ser interrompida pela chegada do José Mourinho?
Aqui têm uma hipótese de ver.
Comentário: Bem, isto foi...ah...Não é que seja...ah... Bem vistas as coisas...ah... No fundo, no fundo....ah...ah... Bolas, foi mesmo mau! É um grande candidato ao 1º prémio dos bloppers da TV!!! Para a Somos Informação Caciqueira, o meu *Bloga-me isto!
domingo, setembro 09, 2007
Hora H

Refiro-me aos anúncios publicitários dos relógios que utilizam sempre a mesma hora no mostrador. Mais exactamente, 10H10 (mais minuto menos minuto). Ou será 22H10? No entanto, não deixa de ser intrigante porque é que todos exibem a mesma hora.
Será que houve um convénio entre as empresas relojoeiras para decidir as horas a colocar, para não haver quem se adiante em relação às outras?
Ou será que as fotografias são tiradas, coincidentemente, à mesma hora?
Ou será algum presságio?
E mais estranho é notar que os anúncios lá continuam a aparecer, sempre com a mesma hora, e ninguém repara nisso??? Se ninguém repara, então porque insistir na hora???
Bem, se alguém souber, então que me elucide, nem que seja para dizer que é um fetiche sobre uma “spread eagle”…
Regresso ao futuro...
Regressei doutro mundo, como quem diz, de férias.
Uma longa ausência como esta só pode ser porque se esteve de férias ou poderemos ser levados a crer que a vontade de aqui estar se esmoreceu, esqueceu ou ignorou.
Não. Queria voltar e talhar meus futuros passos por estas veredas.
I'm back!
quinta-feira, julho 19, 2007
Switch On

A vida afia-nos ou desgasta-nos? Quem me dera que fosse assim tão simples. É como sermos um interruptor: ora para cima ora para baixo. Mas se tivermos para baixo, que pelo menos seja na posição de luz ligada. *Bloga-me isto!
Verão o verão

segunda-feira, julho 09, 2007
Rui matters

http://www.negocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Economia&CpContentId=298804
http://www.bancobpi.pt/pagina.asp?view=bpiseg_pagina_noticias&s=1&opt=s&lAcessoNoticia=1&lidNoticia=DFB20601-6271-4C56-92DD-F549A9F57101&cod=2372&lang=pt
quarta-feira, junho 13, 2007
Um oásis no deserto

Refiro-me, claro, à observação iluminada de que a margem sul do Tejo é um deserto. De facto, não compreendo o porquê de tanta indignação. O homem, de facto, tem razão e aliás tem trabalhado bastante para que se mantenha. Digo mais. Parece-me visionário o seu comentário, tendo em vista o conhecido avanço das areias do Sahara, quais exércitos dos antigos mouros, pelas planícies do sul da península Ibérica. Por tal, seria bem despropositado um elefante branco no meio de camelos. Só quem tem a vista toldada e desprovida de presciência, é que não concorda com ele. Ele próprio é um oásis no deserto do governo. Se não fosse ele de vez em quando a mandar umas bocas, isto não tinha piada nenhuma. Tome-se por exemplo a boca que ele mandou ao PM sobre ele pertencer à Ordem. Claro que as areias do Sahara têm a oposição de um D. Afonso Henriques, transmigrado em Mário Lino, a guardar a margem norte do rio Tejo, pelo menos na zona em que começam os esteios até ao oceano, naquela cidade onde se pensa que Ulisses perdeu as botas.
No fundo, penso que Mário Lino se está a candidatar a um lugar no Iraque. Percebe bastante de terrorismo, gosta de desertos e se aprecia as obras públicas, tem muito trabalho por lá. Se ele fez como causa pessoal a Ota, então espero que consigamos "bOta-lo" lá.
Para o nosso ministro mais “divertido”, o meu *Bloga-me isto!
Fim-de-semana prolongado...

Para quem é pai, sabe as preocupações que envolve um filho ser internado e ainda mais quando se trata de um hospital que tem as condições que este tem. Com a agravante da bactéria rara que entrou em cena por lá, há poucos dias.
Contudo, e em abono da verdade, e talvez pelas expectativas serem baixas, o fardo até nem foi muito pesado. Não pelas instalações, que são péssimas, mas pelas pessoas, sobretudo das enfermeiras. E é tão importante, a este nível, que a trato pessoal seja excelente, não só porque o estado de ansiedade é grande, mas porque pode compensar o deficit de conforto oferecido pelo local.
É certo que criticamos muitas vezes o pessoal médico e afins, mas neste local, numa pediatria algures num hospital no Porto, as coisas até correm bem.
Claro que após uma análise mais profunda, tenho de afirmar o que concluí.
O pessoal hospitalar nestes locais apoia-se sobretudo em pessoas novas e sem emprego garantido.
No caso dos médicos, são os de regime de internato, obviamente orientados por médicos experientes, mas que ainda não possuem a natural indiferença e arrogância que atingem após alguns anos disto. Espero que a nova geração tenha um pouco mais de sensibilidade e que cresçam, não só em termos técnicos mas em humanidade, que tanto ajuda a recuperação dos doentes.
No caso dos enfermeiros, a maioria são estagiários, sem garantia que após a sua conclusão, fiquem nos quadros do hospital. É muito badalada a segurança do emprego na função pública e dos seus efeitos na produtividade do seu trabalho. Quem não se sente aquela zona de desconforto, de insegurança, dificilmente luta pelo lugar. Ora, o aparente excesso de enfermeiros no mercado de trabalho, talvez tenha alguma influência na sua performance. E com isto, não só ganham os utentes porque ficam mais bem servidos, e de uma forma geral, a qualidade dos serviços que são prestados, mesmo que as condições físicas do local não sejam abonatórias.
Isto poderia ser um bom exemplo para o resto do funcionalismo público, para aqueles em que os direitos são intocáveis e que são incompetentes nos seus postos, ver colegas, que talvez por estarem numa zona de desconforto, tornam a vida dos utentes mais agradável, ou seja, fornecem um serviço com mais qualidade.
quinta-feira, maio 31, 2007
Bis...Bis

terça-feira, maio 15, 2007
1000

"Sei os teus seios"
Sei-os de cor.
Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.
Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.
Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!
Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!
Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p'la manhã?
Quantas vezes
Interrogastes, ao espelho, os seios?
Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!
Quantos seios ficaram por amar?
Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!
Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!
Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em deseperadas, quarentonas lágrimas...
Seios fortes como os da Liberdade
-Delacroix-guiando o Povo.
Seios que vão à escola p'ra de lá saírem
Direitinhos p'ra casa...
Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!
Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer...
O amor excessivo dum poeta:
"E hei-de mandar fazer um almanaque
da pele encadernado do teu seio"
Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!
Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.
Botas, botirrafas
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!
Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!
"Oculta, pois, oculta esses objectos
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos"
Raimundo Lúlio, a mulher casada
Que cortejastes, que perseguistes
Até entrares, a cavalo, p'la igreja
Onde fora rezar,
Mudou-te a vida quando te mostrou
("É isto que amas?")
De repente a podridão do seio.
Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...
Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...
Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...
Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!
Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.
Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser.
Alexandre O'Neill
Sei-os ... e por isso *Bloga-me isto!
domingo, maio 06, 2007
Mãe

sexta-feira, abril 13, 2007
Engenhocas

Tinha de falar disto. Não que me faça perder o sono, mas talvez perder algum do respeito que tinha pela classe política e na (pouca) fé que eu tinha nas pessoas que gerem a res publica. Refiro-me à história da licenciatura (ou não) do PM.
Já o seu homónimo dizia “Só sei que nada sei” e no fundo, após a entrevista desta semana na RTP, ficamos de facto a saber nada. Ou melhor, nada mais do que já sabíamos. Era óbvio que o PM não iria dizer que não tinha licenciatura. Era óbvio que se iria vitimar levando este episódio para o cenário de cabala, conspiração e insulto. E era óbvio que os documentos iriam aparecer, mesmo que alguns não tivessem data.
O que ficou por explicar, no meu entender, foi se realmente houve ou não, favorecimento. Isto é, se outros alunos tiveram o mesmo tratamento que o PM teve nesta aventura académica. Porque, disso ele não se livra, que é de parecer que a sua licenciatura foi uma fantochada. Para acaba-la, ter de fazer apenas cinco cadeiras, quatro dadas pelo mesmo professor e outra pelo próprio reitor, com o certificado passado num domingo (para quê?), não necessitar de apresentar as cadeiras feitas na escola anterior, e não achar isto estranho, é realmente hilariante. E dar como justificação a escolha da UNI porque era perto do ISEL, ajuda a fanfarra. Se fosse por ser perto do Ministério do Ambiente ou perto de casa, ainda se entendia por ser pós-laboral, mas porque era perto da antiga escola???
O facto de se ter intitulado, antes de o ser, engenheiro, não é mais do que a personalidade saloia de tantos outros nossos conterrâneos. Conheço vários que se apresentam, eles próprios, com os títulos. Agora, o que realmente me apoquenta, é o carácter da personalidade que se não incomoda de realizar um curso nestas condições.
Outra faceta interessante no Sócratesgate foi ver a interacção entre a comunicação social (CS) e o poder. É conhecido o fascínio que a CS têm a este PM, pela máquina de propaganda montada. Mas os telefonemas “normais” para fazer pressões “normais”, alguns pelo próprio PM para abafar a história, é sintomático. E no fim, a própria CS achar que tudo foi explicado, no mínimo, é confrangedor. Gostaria de ver este tratamento com os partidos da direita, mas isso seria anti-democrático, não seria?
E assim vamos vivendo nesta terra de brandos costumes.
Deixo um pensamento de Einstein:
*Bloga-me isto!
sexta-feira, abril 06, 2007
Pegadas na areia...

quarta-feira, abril 04, 2007
Frase do dia V
Parar, olhar, arrancar...
quinta-feira, março 22, 2007
terça-feira, março 20, 2007
Ode ao Porto

Vejo-te como a minha aldeia
Cor cinzenta cheia de cor
Cheirosa fragrância de dor
Do forte refúgio da ameia.
És invicta em nossos corações
Que vivemos da tua força
Pela diária peleja que reforça
A vitória inscrita nos brasões.
São as tuas trabalhadoras gentes
Mãos calosas arrancadas da terra
Aventureiras na paz e na guerra
Com orgulhos no peito refulgentes.
Parideira da luz do pensamento
Das artes, da cultura e da ciência.
A história cobriu-te de sapiência
Do engenho em contínuo movimento.
Teus edifícios de granito fundados
Arrancados da rocha que te sustenta
É parte da dureza que te alimenta
Dos Clérigos e Burgueses por ti amados.
Daqui Portugal foi antevisto.
Fizeste das tuas tripas, coração.
Assim, no futuro, seja tua missão.
MEU PORTO, Bloga-me isto!
segunda-feira, março 19, 2007
Pai

sexta-feira, março 16, 2007
New Look
Apenas um refreshment no look, porque ao fim de algum tempo temos de mudar.
Obrigado ao meu irmão Tiago pela ajuda.
Espero que gostem...*Bloga-me isto!
quinta-feira, março 15, 2007
Doomo
A essa pessoa:
Ohayoo Gozaimasu
Watashi wa Francisco desu
Hajimemashite.
Bloga-me isto!
At my House...

Não é uma data, nem tão pouco uma hora qualquer. É a hora da minha série de culto.
As minhas noites, nos últimos anos, não se têm passado, de uma forma preferencial, muito tempo à frente da televisão. Até porque este objecto se me apresenta, ultimamente, mais soporífero que um valium. Ora, um gajo tem 50 e tal canais para ver, e tantas vezes, no resfolgar no sofá, pés em cima da mesa do centro, dedal de whisky à mão de semear, chega-se à incrível conclusão que nenhum vale os electrões despendidos.
Mas eis que, no princípio deste ano, algo apareceu que, confesso, me tem tornado a minha recolha nocturna mais agradável. O canal Fox, às 23:05, dá a série House M.D.
Lembro-me que a TVI passou em tempos este pedaço de momento bem passado. Ninguém provavelmente via, a não ser que fosse um mocho ou morcego, sonâmbulo ou com insónias. Era muito tarde. Normal. Às horas decentes baixa-se o nível para aumentar o interesse. Mas não do meu.
O Dr. Casa, para os amigos, é sublime. Cada episódio é um enigma por deslindar, através do tema sempre interessante que é o nosso próprio corpo. Mas é muito mais do que isso. Muito mais do que a genialidade de House, qual Sherlock Holmes na Londres do nosso organismo. É o enredo, a profundidade das personagens, todas orbitando na personalidade de House. Os próprios doentes não se resumem ao saco de doenças estranhas, mas eles próprios representam o quotidiano das nossas vidas, a fragilidade da nossa existência, a complexidade do nosso ser e vivência.
Ele, o House, à primeira vista, é tudo menos um ser cativante. É convencido, cínico, racional e frio, aleijado, arrogante, que maltrata as pessoas. Mas, no entanto, damo-nos connosco a querer humanizar este ser, que no fundo é assim para se proteger, transparecendo qual é o seu fundo, o seu humor, a sua arguta inteligência e a sua extrema dedicação aos “seus doentes”.
Dou-me comigo a desejar chegar a hora para me sentar no sofá, envolto na manta reconfortante do prazer de um momento bem passado.
House, para ti, o meu Bloga-me isto!
segunda-feira, março 05, 2007
Frase do Dia IV
Skippy that...
A génese da minha frustração é a placa Kanguru, da família desses milagres da tecnologia que nos ligam, em qualquer lugar, ao virtual mundo da Internet. Claro que, e disso espelha a própria origem deste desabafo, ligam quando nos ligam…
Em terras familiares, como quem diz, em Portugal, a conexão já se pode dizer que é razoável. De uma forma lenta e arrastada, não pode ser muito longe de uma janela e de preferência perto de uma antena. Ora, isso reduz substancialmente o nosso raio de acção mas, pelo menos, vai existindo. Agora, se nos aventuramos para lá das nossas fronteiras, passam a ser bonitos artefactos de portátil, tornando o utilizador apenas em “pessoa do seu tempo”, “com fama mas sem o proveito”.
Após dois dias no estrangeiro, sem nenhuma vez consegui-lo ligar, ainda pensei em ver se o Kanguru “saltava”. Controlei-me, porque restava-me a fama. Agora, quanto ao proveito, pergunto-me: “Se o meu telemóvel funciona, por que raio é que esta merda não liga??!!”
Senhores das placas, uma anedota para a vossa “anedota”:
“Havia uma rapariga que terminou o curso e os pais, para a felicitarem, deram-lhe respectivamente, uma plaquinha de ouro, para pôr na porta, com o nome dela; e uma plaquinha de prata, para pôr em cima da mesa, também com o nome dela. O namorado, que era um teso, deu-lhe uma placona acima...”
Agora, já sabem onde podem pôr as vossas placas!!! Bloguem-me isto!!!
P.S. O texto foi escrito sexta-feira (dia 2), no aeroporto de Girona, após dois dias de uso inexistente da placa. As minhas desculpas aos mais sensíveis.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Desatino...

O desafio vai soar mais a desafino, porque deve-se falar com propriedade, como quem tem experiência e, de facto, sou bem ignorante nessas amizades. Quanto mais seriam "Amigas coloridas", mas mesmo nessas, o número de sabedorias são zero! Portanto, de desafio, passou para desafino, acabando em desatino.
Agora que me apresentei, devo dizer que acho curioso o tema. Sobretudo, pela evolução que sofremos ao longo da vida. Em bebé, imagino que partilhar a chupeta será o apogeu; na infância, o mais perto será brincar com os Molins; em adultos, só se o latex tiver sabores; e por fim, na velhice, o mais colorido que se arranja é o "azul"...
Imagino que além da cor, essas amizades deveriam ser também classificadas pelo brilho. A sua intensidade ordena as prioridades, o que poderá facilitar se forem várias essas relações. Claro que a classificação "A minha amiga colorida brilhante" ou "A minha amiga colorida baça" é um pouco mais longa, mas também damos rigor ao conteúdo.
Como na fotografia e na televisão, também aqui me parece normal este progresso. A passagem do preto-e-branco para a cor foi revolucionária. Contudo, o próximo passo na evolução é nitidamente um retrocesso e julgo que não irá ocorrer. Prevejo que a era da digitalização seja um fracasso. Já Cícero dizia: “A amizade começa onde termina ou quando conclui o interesse”.
Para rematar, o nobel Tagore deveria ser um adepto deste tipo de amizade. Deixo à consideração umas palavras ditas por ele:
“A verdadeira amizade é como a fosforescência: nota-se melhor quando tudo ficou às escuras”…
Palavras para quê. Bloga-me isto!
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Ah que dia!


Há dias em que as varandas na nossa vida não são locais de observação, mas de abissofobias. Em que o frio lá fora não é vicissitude da meteorologia, mas das correntes de ar da nossa alma. E a música que ouvimos não é o Bolero de Ravel, mas o Requiem de Mozart.
Há dias que são anos, longos, vagarosos e pesados, como uma gravidade em Júpiter. Como o tempo em Einstein.
Canta-me, ó musa da fortuna. Traz-me, nos teus braços dourados, o toque de Midas, servido numa bandeja. Sopra-me. Insufla-me o peito com o doce ar do teu bafo. Dá-me a beber a água de Lete, para que me embriague nela, e amanhã seja outro dia. Bloga-me isto!