sábado, setembro 29, 2007

Desproporcionado ou Despropositado?



Quem é que ainda não viu o episódio da entrevista do Pedro Santana Lopes a ser interrompida pela chegada do José Mourinho?

Aqui têm uma hipótese de ver.

Comentário: Bem, isto foi...ah...Não é que seja...ah... Bem vistas as coisas...ah... No fundo, no fundo....ah...ah... Bolas, foi mesmo mau! É um grande candidato ao 1º prémio dos bloppers da TV!!! Para a Somos Informação Caciqueira, o meu *Bloga-me isto!


domingo, setembro 09, 2007

Hora H


Tenho uma dúvida existencial. Uma observação cretina, possivelmente de quem não tem nada para fazer, mas que não deixa de ser uma dúvida.


Refiro-me aos anúncios publicitários dos relógios que utilizam sempre a mesma hora no mostrador. Mais exactamente, 10H10 (mais minuto menos minuto). Ou será 22H10? No entanto, não deixa de ser intrigante porque é que todos exibem a mesma hora.


Será que houve um convénio entre as empresas relojoeiras para decidir as horas a colocar, para não haver quem se adiante em relação às outras?
Ou será que as fotografias são tiradas, coincidentemente, à mesma hora?
Ou será algum presságio?
E mais estranho é notar que os anúncios lá continuam a aparecer, sempre com a mesma hora, e ninguém repara nisso??? Se ninguém repara, então porque insistir na hora???


Bem, se alguém souber, então que me elucide, nem que seja para dizer que é um fetiche sobre uma “spread eagle”…

Regresso ao futuro...

Exactamente.
Regressei doutro mundo, como quem diz, de férias.
Uma longa ausência como esta só pode ser porque se esteve de férias ou poderemos ser levados a crer que a vontade de aqui estar se esmoreceu, esqueceu ou ignorou.
Não. Queria voltar e talhar meus futuros passos por estas veredas.
I'm back!

quinta-feira, julho 19, 2007

Switch On


A irresistível leveza da fadiga, provocada por sucessivos golpes no lombo.

"Everybody hurts", sonhamos num sonho REM, mas com o azar dos outros, suporto eu bem.

A vida prepara-nos surpresas ao longo do percurso, ratoeiras bem montadas, para as quais nunca estamos preparados. Temos é de estar prontos para as mazelas. Normalmente as estocadas são sucessivas e contínuas, da esquerda e da direita, de baixo e de cima, até não podermos mais, e logo a seguir, mais um nos acerta como que dizendo “Touché”. É aí que nos temos de levantar, encarar a vida de frente, e dizer: “Não consegues melhor que isso?” O sorriso até pode ser desdentado, mas o esgar desarma qualquer um. Até para quem está sempre a fazer isso.

Tento ser assim. Mas nas alturas em que vamos ao tapete, mesmo sem pensar em atirar a toalha ao chão, pensamos sempre na campainha chamando para intervalo, naqueles breves momentos, fugazes mas retemperantes, em que possamos reunir os nossos cacos, procurar energias ocultas, chorar de raiva.
A vida afia-nos ou desgasta-nos? Quem me dera que fosse assim tão simples. É como sermos um interruptor: ora para cima ora para baixo. Mas se tivermos para baixo, que pelo menos seja na posição de luz ligada. *Bloga-me isto!

Verão o verão


É exactamente isto. Futuro do verbo ver, na terceira pessoa do plural.

O verão não é mais que uma miragem no horizonte, mas esta nem provocada pelas ondas de calor erradiantes. Apenas previsões...

Será que o S.Pedro não gostou das celebrações deste ano? A sardinha até estava óptima. Ou será que assim é mais seguro para as nossas florestas? É que nós para uma fogueirinha...

Pelo menos, até agora nem quero protestar muito porque ainda trabalho. Mas, no momento em que começar as minhas férias, será que é pedir muito um calorzinho?...

segunda-feira, julho 09, 2007

Rui matters


Após outro interregno, aqui regresso com uma notícia que deixou muito contente.


Sou muito crítico, aliás como qualquer pessoa relativamente bem informada e culta, sobre o estado em que nosso país se encontra. Deixo esse pensamento para um posterior post, o qual já se encontra no pipeline. Mas esta notícia rema contra a corrente e o protagonista dela também.


Tenho a honra de ser amigo do vencedor do 1º prémio do START - Prémio Nacional de Empreendedorismo, promovidos pelo BPI, Microsoft e UNL.


São de pessoas como o Rui Sousa que precisamos no nosso país. Espero que este prémio lhe dê o alento suficiente para que consiga "levar o barco a bom porto", e que a Stemmatters possa ser no futuro uma referência mundial nos biomateriais. Claro que o grupo dos 3B's, liderados pelo Prof. Rui Reis (do qual me orgulho igualmente de ter sido aluno e de ter sido por ele orientado no meu seminário de final de curso), estão também de parabéns pelo debito de conhecimento necessários a que esta futura empresa tenha sucesso. Mas, o passar da teoria à prática é muito difícil e isso deve-se ao Rui, tal como disse Joubert: "O génio começa as obras grandes, mas é o trabalho que as termina".


Daqui te dou os meus parabéns e anuncio ao mundo o teu feito.


Para ti, o meu *Bloga-me isto!

quarta-feira, junho 13, 2007

Um oásis no deserto

Aeroporto na margem sul do Tejo

Se há pessoa que nutro uma boa dose de antipatia é pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino. Pode-se comprovar, por exemplo, aqui.

Há pouco tempo, ele voltou a fazer das suas. Nada que não se pasme vindo de pitoresca figura que nos já causou, a todos, doses de elevada fruição com as suas sempre oportunas alcovitices.

Refiro-me, claro, à observação iluminada de que a margem sul do Tejo é um deserto. De facto, não compreendo o porquê de tanta indignação. O homem, de facto, tem razão e aliás tem trabalhado bastante para que se mantenha. Digo mais. Parece-me visionário o seu comentário, tendo em vista o conhecido avanço das areias do Sahara, quais exércitos dos antigos mouros, pelas planícies do sul da península Ibérica. Por tal, seria bem despropositado um elefante branco no meio de camelos. Só quem tem a vista toldada e desprovida de presciência, é que não concorda com ele. Ele próprio é um oásis no deserto do governo. Se não fosse ele de vez em quando a mandar umas bocas, isto não tinha piada nenhuma. Tome-se por exemplo a boca que ele mandou ao PM sobre ele pertencer à Ordem. Claro que as areias do Sahara têm a oposição de um D. Afonso Henriques, transmigrado em Mário Lino, a guardar a margem norte do rio Tejo, pelo menos na zona em que começam os esteios até ao oceano, naquela cidade onde se pensa que Ulisses perdeu as botas.

No fundo, penso que Mário Lino se está a candidatar a um lugar no Iraque. Percebe bastante de terrorismo, gosta de desertos e se aprecia as obras públicas, tem muito trabalho por lá. Se ele fez como causa pessoal a Ota, então espero que consigamos "bOta-lo" lá.

Para o nosso ministro mais “divertido”, o meu *Bloga-me isto!


Fim-de-semana prolongado...


Neste fim-de-semana que passou, prolongado para alguns (inclusive para mim), não foi o que se pode definir como agradável. O meu filho mais novo teve uma infecção, o que me obrigou a passar todos esses dias fechado numa enfermaria dum hospital no Porto, que não digo o nome, mas que tem S. João como padroeiro.
Para quem é pai, sabe as preocupações que envolve um filho ser internado e ainda mais quando se trata de um hospital que tem as condições que este tem. Com a agravante da bactéria rara que entrou em cena por lá, há poucos dias.
Contudo, e em abono da verdade, e talvez pelas expectativas serem baixas, o fardo até nem foi muito pesado. Não pelas instalações, que são péssimas, mas pelas pessoas, sobretudo das enfermeiras. E é tão importante, a este nível, que a trato pessoal seja excelente, não só porque o estado de ansiedade é grande, mas porque pode compensar o deficit de conforto oferecido pelo local.
É certo que criticamos muitas vezes o pessoal médico e afins, mas neste local, numa pediatria algures num hospital no Porto, as coisas até correm bem.
Claro que após uma análise mais profunda, tenho de afirmar o que concluí.
O pessoal hospitalar nestes locais apoia-se sobretudo em pessoas novas e sem emprego garantido.
No caso dos médicos, são os de regime de internato, obviamente orientados por médicos experientes, mas que ainda não possuem a natural indiferença e arrogância que atingem após alguns anos disto. Espero que a nova geração tenha um pouco mais de sensibilidade e que cresçam, não só em termos técnicos mas em humanidade, que tanto ajuda a recuperação dos doentes.
No caso dos enfermeiros, a maioria são estagiários, sem garantia que após a sua conclusão, fiquem nos quadros do hospital. É muito badalada a segurança do emprego na função pública e dos seus efeitos na produtividade do seu trabalho. Quem não se sente aquela zona de desconforto, de insegurança, dificilmente luta pelo lugar. Ora, o aparente excesso de enfermeiros no mercado de trabalho, talvez tenha alguma influência na sua performance. E com isto, não só ganham os utentes porque ficam mais bem servidos, e de uma forma geral, a qualidade dos serviços que são prestados, mesmo que as condições físicas do local não sejam abonatórias.
Isto poderia ser um bom exemplo para o resto do funcionalismo público, para aqueles em que os direitos são intocáveis e que são incompetentes nos seus postos, ver colegas, que talvez por estarem numa zona de desconforto, tornam a vida dos utentes mais agradável, ou seja, fornecem um serviço com mais qualidade.
O meu *Bloga-me isto! a (quase) todos os que na Pediatria B do hospital S. João cuidaram do meu filho.

quinta-feira, maio 31, 2007

Bis...Bis


Venho atrasado para a festa? Não, o campeonato festeja-se quando há tempo, e até ao lavar dos cestos é vindima.


Apesar de muito sofrido, mesmo no último jogo, o "caneco" ficou aqui.


Pode dizer-se muito, mas não se pode dizer que houve batota. Que se ganhou porque os árbitros não notavam nas inclinações dos campos, que o "Papa" sempre que abria a boca era para assustar, ou que foi sorte. Ganhamos porque no final tivemos mais pontos, porque fizemos uma primeira parte do campeonato imparável, dando os pontos suficientes para os outros, quando nos olhassem, era sempre para cima. Vitórias morais, como ouvi alguns dizer, é para quem fica em segundo.


Ficam os votos para o próximo ano de ganharmos o "tri", e se possível, com mais rapaziada das escolinhas, e menos samba e tango.


BICAMPEÕES F.C. PORTO!!!


*Bloga-me isto!

Tenho andado distante do meu cantinho, mas nem por isso está esquecido.
Antes de escrever aqui, hoje, a minha saudação!

*BLOGA-ME ISTO!

terça-feira, maio 15, 2007

1000


Hoje reparei que o meu blog foi visitado 1000 vezes.

Não é muito comparado com a maioria dos blogs. Nem é pouco comparado com a minha ambição aquando do início desta aventura na blogosfera.

É apenas um número simbólico. Redondo.

Mas que me deixa feliz porque o que verto para este sítio, é do próprio líquido que me constitui.

E se, como Séneca dizia "O prémio da boa obra é tê-la realizado", o meu prémio é poder partilha-lo com toda a gente que o visita.

Obrigado e *Bloguem-me isto!

"Sei os teus seios"

Sei os teus seios.
Sei-os de cor.

Para a frente, para cima,
Despontam, alegres, os teus seios.

Vitoriosos já,
Mas não ainda triunfais.

Quem comparou os seios que são teus
(Banal imagem) a colinas!

Com donaire avançam os teus seios,
Ó minha embarcação!

Porque não há
Padarias que em vez de pão nos dêem seios
Logo p'la manhã?

Quantas vezes
Interrogastes, ao espelho, os seios?

Tão tolos os teus seios! Toda a noite
Com inveja um do outro, toda a santa
Noite!

Quantos seios ficaram por amar?

Seios pasmados, seios lorpas, seios
Como barrigas de glutões!

Seios decrépitos e no entanto belos
Como o que já viveu e fez viver!

Seios inacessíveis e tão altos
Como um orgulho que há-de rebentar
Em deseperadas, quarentonas lágrimas...

Seios fortes como os da Liberdade
-Delacroix-guiando o Povo.

Seios que vão à escola p'ra de lá saírem
Direitinhos p'ra casa...

Seios que deram o bom leite da vida
A vorazes filhos alheios!

Diz-se rijo dum seio que, vencido,
Acaba por vencer...

O amor excessivo dum poeta:
"E hei-de mandar fazer um almanaque
da pele encadernado do teu seio"

Retirar-me para uns seios que me esperam
Há tantos anos, fielmente, na província!

Arrulho de pequenos seios
No peitoril de uma janela
Aberta sobre a vida.

Botas, botirrafas
Pisando tudo, até os seios
Em que o amor se exalta e robustece!

Seios adivinhados, entrevistos,
Jamais possuídos, sempre desejados!

"Oculta, pois, oculta esses objectos
Altares onde fazem sacrifícios
Quantos os vêem com olhos indiscretos"

Raimundo Lúlio, a mulher casada
Que cortejastes, que perseguistes
Até entrares, a cavalo, p'la igreja
Onde fora rezar,
Mudou-te a vida quando te mostrou
("É isto que amas?")
De repente a podridão do seio.

Raparigas dos limões a oferecerem
Fruta mais atrevida: inesperados seios...

Uma roda de velhos seios despeitados,
Rabujando,
A pretexto de chá...

Engolfo-me num seio até perder
Memória de quem sou...

Quantos seios devorou a guerra, quantos,
Depressa ou devagar, roubou à vida,
À alegria, ao amor e às gulosas
Bocas dos miúdos!

Pouso a cabeça no teu seio
E nenhum desejo me estremece a carne.

Vejo os teus seios, absortos
Sobre um pequeno ser.

Alexandre O'Neill

Sei-os ... e por isso *Bloga-me isto!

domingo, maio 06, 2007

Mãe


Texto que o meu filho deu à Mãe.

Diz tudo.

Dedico à minha, à dos meus meus e a todas do mundo!



A Mãe é uma árvore

E eu uma flor.

A Mãe tem olhos altos como estrelas.

Os seus cabelos brilham como o sol.

A Mãe faz coisas mágicas: transforma

farinha e ovos em bolos, linhas em

camisolas, trabalho em dinheiro.

A Mãe tem mais força que o vento:

carrega sacos e sacos de supermercados e

ainda me carrega a mim.

A Mãe quando canta tem um pássaro na

garganta.

A Mãe conhece o bem e o mal.

Diz que é bem partir pinhões e partir

copos é mal.

Eu acho tudo igual.

A Mãe sabe para onde vão todos os

autocarros, descobre as histórias que

contam as letras dos livros.

A Mãe tem na barriga um ninho.

É lá que guarda o meu irmãozinho.

A Mãe podia ser só minha.

Mas tenho de a emprestar a tanta gente...

A Mãe à noite descasca batatas.

Eu desenho caras nelas e a cara mais

linda é a minha MÃE!


*Bloga-me isto!

sexta-feira, abril 13, 2007

Engenhocas



Tinha de falar disto. Não que me faça perder o sono, mas talvez perder algum do respeito que tinha pela classe política e na (pouca) fé que eu tinha nas pessoas que gerem a res publica. Refiro-me à história da licenciatura (ou não) do PM.

Já o seu homónimo dizia “Só sei que nada sei” e no fundo, após a entrevista desta semana na RTP, ficamos de facto a saber nada. Ou melhor, nada mais do que já sabíamos. Era óbvio que o PM não iria dizer que não tinha licenciatura. Era óbvio que se iria vitimar levando este episódio para o cenário de cabala, conspiração e insulto. E era óbvio que os documentos iriam aparecer, mesmo que alguns não tivessem data.

O que ficou por explicar, no meu entender, foi se realmente houve ou não, favorecimento. Isto é, se outros alunos tiveram o mesmo tratamento que o PM teve nesta aventura académica. Porque, disso ele não se livra, que é de parecer que a sua licenciatura foi uma fantochada. Para acaba-la, ter de fazer apenas cinco cadeiras, quatro dadas pelo mesmo professor e outra pelo próprio reitor, com o certificado passado num domingo (para quê?), não necessitar de apresentar as cadeiras feitas na escola anterior, e não achar isto estranho, é realmente hilariante. E dar como justificação a escolha da UNI porque era perto do ISEL, ajuda a fanfarra. Se fosse por ser perto do Ministério do Ambiente ou perto de casa, ainda se entendia por ser pós-laboral, mas porque era perto da antiga escola???

O facto de se ter intitulado, antes de o ser, engenheiro, não é mais do que a personalidade saloia de tantos outros nossos conterrâneos. Conheço vários que se apresentam, eles próprios, com os títulos. Agora, o que realmente me apoquenta, é o carácter da personalidade que se não incomoda de realizar um curso nestas condições.

Outra faceta interessante no Sócratesgate foi ver a interacção entre a comunicação social (CS) e o poder. É conhecido o fascínio que a CS têm a este PM, pela máquina de propaganda montada. Mas os telefonemas “normais” para fazer pressões “normais”, alguns pelo próprio PM para abafar a história, é sintomático. E no fim, a própria CS achar que tudo foi explicado, no mínimo, é confrangedor. Gostaria de ver este tratamento com os partidos da direita, mas isso seria anti-democrático, não seria?

E assim vamos vivendo nesta terra de brandos costumes.

Deixo um pensamento de Einstein:
“É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido bem definido do belo e do moralmente bom.”
Acho que o génio não estaria a pensar no nosso PM… Talvez a falar assim, não fosse escolhido para o Plano Tecnológico!
*Bloga-me isto!

sexta-feira, abril 06, 2007

Pegadas na areia...


Uma noite tive um sonho.

Sonhei que andava a passear na praia com o Senhor e, no firmamento, passavam cenas da minha vida. Após cada cena que passava, percebi que ficavam dois pares de pegadas na areia: um era o meu e o outro do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia. Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso aborreceu-me deveras e perguntei então ao Senhor:

- Senhor, Tu disseste-me que, uma vez que resolvi seguir-Te, Tu andarias sempre comigo, em todos os caminhos. Contudo, notei que durante as maiores tribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque é que, nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu deixaste-me sozinho.

- Meu querido filho, jamais te deixaria nas horas da prova e do sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exactamente aí que peguei em ti ao colo.


Uma Santa Páscoa!

quarta-feira, abril 04, 2007

Frase do dia V

"Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer."
Molière

Parar, olhar, arrancar...


Tenho andado desinspirado...

O que me sai, sai espartilhado.

Quando olho em frente, caio de olhar para o lado.

E o que toco, não parece ficar marcado.


Há fases assim.

Não que seja por nada, é porque sim.

Pode falhar algo em mim,

Nem tudo pode sentir como o cetim.


Vou atrás, vou ver o que escrevi.

Releio frases, comentários, recordar-me de ti.

Ambicionar definir tudo o que li

Trilhar o caminho que escolhi.


Agora embrulho, está listo.

Continuarei como nunca visto.

O futuro que vou e conquisto.

Anda, Bloga-me isto!

quinta-feira, março 22, 2007

Do Baú das Memórias...

Até parecia que sabiamos cantar e tocar...

terça-feira, março 20, 2007

Ode ao Porto

Foto: Adriano F.

Vejo-te como a minha aldeia
Cor cinzenta cheia de cor
Cheirosa fragrância de dor
Do forte refúgio da ameia.

És invicta em nossos corações
Que vivemos da tua força
Pela diária peleja que reforça
A vitória inscrita nos brasões.

São as tuas trabalhadoras gentes
Mãos calosas arrancadas da terra
Aventureiras na paz e na guerra
Com orgulhos no peito refulgentes.

Parideira da luz do pensamento
Das artes, da cultura e da ciência.
A história cobriu-te de sapiência
Do engenho em contínuo movimento.

Teus edifícios de granito fundados
Arrancados da rocha que te sustenta
É parte da dureza que te alimenta
Dos Clérigos e Burgueses por ti amados.

Daqui Portugal foi antevisto.
Fizeste das tuas tripas, coração.
Assim, no futuro, seja tua missão.
MEU PORTO, Bloga-me isto!

segunda-feira, março 19, 2007

Pai


Parece que foi ontem que apareci

Assim, como que não quer coisa.

Inventei-te uma nova realidade.


Passa-se o tempo, a correr

Antagonizando o que queríamos viver

Inevitavelmente, a realidade é dura.


Passa-se, mas tu perduras.

Alma e sangue que me percorre

Interiorizado no meu ser.


Pai, és herói.

Assim és para mim.

Incarno o teu exemplo!


*Bloga-me isto!

sexta-feira, março 16, 2007

New Look

Não foi usado botox nem sequer fui a uma "Corporacion Dermostética".

Apenas um refreshment no look, porque ao fim de algum tempo temos de mudar.

Obrigado ao meu irmão Tiago pela ajuda.

Espero que gostem...*Bloga-me isto!

quinta-feira, março 15, 2007

Doomo

Tive a visita de alguém no Japão, um dos meus países de eleição.
A essa pessoa:

Ohayoo Gozaimasu
Watashi wa Francisco desu
Hajimemashite.

Bloga-me isto!

At my House...


23:05.

Não é uma data, nem tão pouco uma hora qualquer. É a hora da minha série de culto.

As minhas noites, nos últimos anos, não se têm passado, de uma forma preferencial, muito tempo à frente da televisão. Até porque este objecto se me apresenta, ultimamente, mais soporífero que um valium. Ora, um gajo tem 50 e tal canais para ver, e tantas vezes, no resfolgar no sofá, pés em cima da mesa do centro, dedal de whisky à mão de semear, chega-se à incrível conclusão que nenhum vale os electrões despendidos.

Mas eis que, no princípio deste ano, algo apareceu que, confesso, me tem tornado a minha recolha nocturna mais agradável. O canal Fox, às 23:05, dá a série House M.D.
Lembro-me que a TVI passou em tempos este pedaço de momento bem passado. Ninguém provavelmente via, a não ser que fosse um mocho ou morcego, sonâmbulo ou com insónias. Era muito tarde. Normal. Às horas decentes baixa-se o nível para aumentar o interesse. Mas não do meu.

O Dr. Casa, para os amigos, é sublime. Cada episódio é um enigma por deslindar, através do tema sempre interessante que é o nosso próprio corpo. Mas é muito mais do que isso. Muito mais do que a genialidade de House, qual Sherlock Holmes na Londres do nosso organismo. É o enredo, a profundidade das personagens, todas orbitando na personalidade de House. Os próprios doentes não se resumem ao saco de doenças estranhas, mas eles próprios representam o quotidiano das nossas vidas, a fragilidade da nossa existência, a complexidade do nosso ser e vivência.

Ele, o House, à primeira vista, é tudo menos um ser cativante. É convencido, cínico, racional e frio, aleijado, arrogante, que maltrata as pessoas. Mas, no entanto, damo-nos connosco a querer humanizar este ser, que no fundo é assim para se proteger, transparecendo qual é o seu fundo, o seu humor, a sua arguta inteligência e a sua extrema dedicação aos “seus doentes”.

Dou-me comigo a desejar chegar a hora para me sentar no sofá, envolto na manta reconfortante do prazer de um momento bem passado.

House, para ti, o meu Bloga-me isto!

segunda-feira, março 05, 2007

Frase do Dia IV

"O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas"
Willian George Ward

Skippy that...

Esteve para voar, esteve...


Depois de uma série de tentativas frustradas, ao longo de uma série de tempo que nem me atrevo a medir, resolvi escrever este texto, como tubo de escape.
A génese da minha frustração é a placa Kanguru, da família desses milagres da tecnologia que nos ligam, em qualquer lugar, ao virtual mundo da Internet. Claro que, e disso espelha a própria origem deste desabafo, ligam quando nos ligam…

Em terras familiares, como quem diz, em Portugal, a conexão já se pode dizer que é razoável. De uma forma lenta e arrastada, não pode ser muito longe de uma janela e de preferência perto de uma antena. Ora, isso reduz substancialmente o nosso raio de acção mas, pelo menos, vai existindo. Agora, se nos aventuramos para lá das nossas fronteiras, passam a ser bonitos artefactos de portátil, tornando o utilizador apenas em “pessoa do seu tempo”, “com fama mas sem o proveito”.

Após dois dias no estrangeiro, sem nenhuma vez consegui-lo ligar, ainda pensei em ver se o Kanguru “saltava”. Controlei-me, porque restava-me a fama. Agora, quanto ao proveito, pergunto-me: “Se o meu telemóvel funciona, por que raio é que esta merda não liga??!!”

Senhores das placas, uma anedota para a vossa “anedota”:
“Havia uma rapariga que terminou o curso e os pais, para a felicitarem, deram-lhe respectivamente, uma plaquinha de ouro, para pôr na porta, com o nome dela; e uma plaquinha de prata, para pôr em cima da mesa, também com o nome dela. O namorado, que era um teso, deu-lhe uma placona acima...”

Agora, já sabem onde podem pôr as vossas placas!!! Bloguem-me isto!!!

P.S. O texto foi escrito sexta-feira (dia 2), no aeroporto de Girona, após dois dias de uso inexistente da placa. As minhas desculpas aos mais sensíveis.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Desatino...


Fui desafiado a falar sobre um tema: "Amigos coloridos".

O desafio vai soar mais a desafino, porque deve-se falar com propriedade, como quem tem experiência e, de facto, sou bem ignorante nessas amizades. Quanto mais seriam "Amigas coloridas", mas mesmo nessas, o número de sabedorias são zero! Portanto, de desafio, passou para desafino, acabando em desatino.

Agora que me apresentei, devo dizer que acho curioso o tema. Sobretudo, pela evolução que sofremos ao longo da vida. Em bebé, imagino que partilhar a chupeta será o apogeu; na infância, o mais perto será brincar com os Molins; em adultos, só se o latex tiver sabores; e por fim, na velhice, o mais colorido que se arranja é o "azul"...

Imagino que além da cor, essas amizades deveriam ser também classificadas pelo brilho. A sua intensidade ordena as prioridades, o que poderá facilitar se forem várias essas relações. Claro que a classificação "A minha amiga colorida brilhante" ou "A minha amiga colorida baça" é um pouco mais longa, mas também damos rigor ao conteúdo.

Como na fotografia e na televisão, também aqui me parece normal este progresso. A passagem do preto-e-branco para a cor foi revolucionária. Contudo, o próximo passo na evolução é nitidamente um retrocesso e julgo que não irá ocorrer. Prevejo que a era da digitalização seja um fracasso. Já Cícero dizia: “A amizade começa onde termina ou quando conclui o interesse”.

Para rematar, o nobel Tagore deveria ser um adepto deste tipo de amizade. Deixo à consideração umas palavras ditas por ele:

“A verdadeira amizade é como a fosforescência: nota-se melhor quando tudo ficou às escuras”…

Palavras para quê. Bloga-me isto!

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Ah que dia!





Há dias assim…

Há dias em que as varandas na nossa vida não são locais de observação, mas de abissofobias. Em que o frio lá fora não é vicissitude da meteorologia, mas das correntes de ar da nossa alma. E a música que ouvimos não é o Bolero de Ravel, mas o Requiem de Mozart.

Há dias que são anos, longos, vagarosos e pesados, como uma gravidade em Júpiter. Como o tempo em Einstein.

Canta-me, ó musa da fortuna. Traz-me, nos teus braços dourados, o toque de Midas, servido numa bandeja. Sopra-me. Insufla-me o peito com o doce ar do teu bafo. Dá-me a beber a água de Lete, para que me embriague nela, e amanhã seja outro dia. Bloga-me isto!



sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ode ao Vinho


Ambrósia dos deuses.
Néctar fermentado do fruto da videira.
Por ti, vomitamos a verdade. Por ti, vagueamos num limbo, algures entre a razão e a imaginação. Contigo, regozijamos a alegria e a tristeza, afogamos as lágrimas e as gargalhadas, prevemos o futuro e perdemos o rumo.
Baco acolheu-te, abençoou-te, brindou-te contigo próprio, despojando-nos dos nossos corpos elevando a nossa alma. Saúde aos nossos copos.
Exilir da juventude, sem similitude, na atitude que provoca.
Branco da pureza, tinto da natureza, do sangue arterial que rola e circula nas gargantas, pândegas, ou apenas festivas.
Da cor do limão, da cor da palha, sua graciosidade espalha. De violeta pálido a rubi intenso, o universo imenso, emerso no cálice opulento.
Aroma a frutos, silvestres, secos, frescos, o bouquet servido no frio do frappé.
Com carvalho, gaulês ou luso, muita, pouca tosta, para quem gosta. E no fim, a adstringência no encorpado longo, talvez, mas sempre a sensação de que melhora, que abre, e que nos espera, no leito, a doce azia, até à próxima epopeia, deste deleite que é o Vinho. Bloga-me isto!

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Positivamente Não!

Foto: Feto com 10 semanas


Muitas vezes, na nossa vida, somos chamados a tecer as nossas opiniões sobre as questões da sociedade, a sermos interventivos na evolução das suas próprias directrizes, que moldam o nosso modus vivendi, mas poucas vezes somos chamados a intervir para defender o mais básico, elementar e sagrado que uma nação tem: o ser humano.
É para isso que servem as leis, é para isso que se escreveram os direitos do Homem, é para isso que nos revoltamos pelas atrocidades que, diariamente, assistimos de uns (os mais fortes) exercem sobre outros (os mais fracos), e impunemente ficam.

No dia 11, seremos chamados a defender essa vida. Nesse dia, sim, teremos a opção de transformar a nossa sociedade numa que defende os mais fracos, aqueles que estão completamente desprotegidos, numa outra, pela via da desresponsabilização, seja permitido que seres humanos possam decidir se outro vive ou não.

Não haja dúvida disto. Com 10 semanas, um feto já é vida. E nada melhor que a mãe para saber disso. Com 18 dias, o coração já bate. Com 6 semanas já tem actividade cerebral. Com 10 semanas, já tem braços, pernas, olhos, orelhas, nariz… Não se vê. Está escondido. Protegido. Provavelmente, se fossemos marsupiais, custaríamos mais de esmagar a “larvazinha” que se desenvolvia na bolsa da mãe. Mas, paradoxalmente, a Natureza seleccionou-nos e fez com que evoluíssemos dentro do útero da mãe, onde os “predadores” mais dificilmente chegam. Chegavam!!!

Para quem é defensor do “Não” no referendo, esta é a questão fundamental. A defesa da vida humana. Não é por capricho, não é desprezo pela mãe que aborta, nem é por religião alguma… É porque existe vida e nós a eliminamos por este meio.

Invariavelmente, a defesa do “Sim” acaba por referir a penalização da mãe por fazê-lo. Se uma mãe rouba para alimentar o filho, estará a fazê-lo contra a lei. Se é condenada por isso, dependerá do juiz que a julgar, mas não conheço nenhum parágrafo no código civil que despenalize a mãe por roubar se estiver a alimentar o filho faminto. E, de certeza, que a razão daquela que rouba não deixa de ser mais nobre do que aquela que aborta.

Curiosa é a posição do pai nisto tudo. Grande parte das vezes a mulher aborta por imposição do pai, que não quer o filho. Em vez da utilização de contraceptivos, obviamente vai haver mais possibilidade de obrigar a mãe a abortar, porque é permitido, com claras e conhecidas consequências negativas para ela. Mas o contrário também é contraditório. Se o pai quer a criança, e a mãe não, este não tem nenhuma palavra a dizer. Mas terá se ela nascer, exigido por lei, que lhe dê nome e pensão de alimentos, entre outros.

Ridículo é a utilização do argumento que as mulheres são donas da sua barriga. É verdade! Mas não são donas da vida da criança que estão a gerar. O livre arbítrio, a liberdade acaba no momento em que a própria liberdade dos outros é afectada. O contrário é libertinagem.

Por isso, o meu “Não”. Tenho comiseração por aquelas mulheres que são obrigadas a abortar por uma sociedade que a discrimina, por um companheiro que a maltrata, por um patrão que a despede, mas não posso aceitar que a promulgação de um acto criminoso seja a sua solução. Porque não o é. É como tapar o sol com uma peneira. A lei protege mais, neste momento, essas mulheres exactamente por ser proibido e ser uma forte razão, e um argumento, para não o fazer. Não irá acabar com os abortos clandestinos porque a razão de existirem não é combatida. Irá enriquecer algumas pessoas dentro da classe médica, que faltarão ao próprio juramento de Hipócrates, que normalmente são o refugo, os que menos valem, porque não têm escrúpulos. E cria-se uma nova forma de contracepção, a par dos preservativos e pílulas: o aborto.

Quem realmente poderiam ter essa opção de viver, ou não, seriam os bebés. Mas esses não votam. A esses nem sequer se quer dar algo que deveria ser o mais elementar direito de qualquer pessoa, por mais dura seja essa realidade: o direito à vida!
Não Bloguem-me isso!

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Ler com cadência...


Existência.
Consciência por um rasgo de inteligência.
Não é ausência, mas a essência da nossa vigência.
Uma ciência, sem paciência, pela exigência da nossa independência da sua eminência.
A vivência, sem maledicência mas por vezes duma maleficência que ultrapassa a sua magnificência. E para a sua eficiência, sem pendência, nem vidência, a evidência da sobrevivência, apesar da deficiência pela dependência da sua sapiência.
Na arrogância, a prepotência para a violência.
Na ignorância, a iminência da insipiência, a inocência em potência.
Mas na desinência, a penitência da resistência da persistência sem desistência, que a sua reminiscência tem pertinência, e a paciência pela impertinência da refulgência da Existência (reticência) Bloga-me isto!

terça-feira, janeiro 16, 2007

Os que partem e os que ficam



Qualquer separação é difícil. Para ambas as partes. Pressupõe uma divisão. E dividir é sempre inferior que multiplicar ou somar. Mas é inevitável. Todos os dias separamo-nos nas mais pequenas coisas e nem sequer damos conta. É a cama que fica, tão quentinha neste tempo; dos nossos chinelos, que dão bem mais conforto que estes sapatos; do livro que fica na mesinha de cabeceira, que está mesmo na melhor parte; da nossa família, que tem outros afazeres; e de uma miríade de outras coisas que nos sabem bem, mas o dever nos chama.

Assim é igualmente nas partidas. Os que embarcam e os que ficam aterrados. Não de terror mas de pena por não irem também. E a pena que escreve, de longe, tremeluzente na chama da saudade também sofre. É sempre difícil separar. Para qualquer. E a discussão estéril de quem sofre mais, perde-se na mesma solução do ovo e da galinha. Sofre-se. E sente-se, paradoxalmente, que a distância só encurta se essa dor se mantiver.

Quem fica, tem a companhia dos outros, solidários no vazio e nas palavras de apoio, mas o dia-a-dia, que pesadamente se arrasta na rotina, é ácido que corrói devagarinho.
Quem vai, tem o horizonte longo e largo, da novidade satisfeita, do desafio estimulante. Mas cedo a soledade saudosa aperta e as paredes do quarto sufocante são celas a quem se confessa tudo.

Mas, tempos virão em que tudo se mitiga, nem que seja pelo regresso certo, e do abraço caloroso ao filho pródigo, a quem tudo se perdoa.

Para ti, brother, que foste e nós que ficamos, o nosso Bloga-me isto!

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Secret smile

There is no vacancy
In my heart's space.
It's your supremacy,
Tided up with a lace.
Searching in my deepness,
you find common places.
Opened with shameless,
Blended with senses.
For what reason you seek,
to your lodging in here.
The glass is not so thick
and the motive is so mere.
You earned it fully.
You spent it everyday.
You speak to me silently,
when is nothing else to say.
Our love is no secret.
Seal it with a kiss.
In here, I announce it.
Please, Blog me this!

sexta-feira, janeiro 05, 2007


Só...
No canto da minha alma, onde aranhas teçam propriedades, de luz rarefeita, encontro o espaço que falta da plenitude da vida. Tudo aquilo onde a vida vivida, sofrida ou amada, não alcança, porque é demasiado grande para lá caber. Todos o temos, mas poucos o usam. Não que seja inabitado (pelo menos, as aranhas sempre estão lá), mas o tocar-lhe é difícil. Há sempre qualquer coisa que impede a passagem. "Não fiques só" parece dizer. "Mas eu quero" eu necessito.
A soledade não é algo que se atinge com um golpe de asa, com um rasgo de energia, ou com uma oportunidade criada. É uma cama que se faz, é um tesouro que se guarda e se admira amiúde, é um segredo dito a um poço sem fundo, é um eco que tarda a regressar.

O estado desta nossa individualidade tem custos. Tem a necessidade de um sobranceiro afastamento da realidade que nos rodeia, de uma circunstância de quase hibernação ou de retiro qual eremita ou anacoreta. E isso, afasta-nos dos mais chegados.

Utiliza-lo, a esse cantinho, tem custos, mas o quociente da operação tem um surplus garantido. Ganhamos um pouco mais de espaço que perdemos noutros lugares. E isso, no fim, garante um balanço, um equilíbrio o qual todos procuramos e desejamos atingir. Bloga-me isto!

quinta-feira, janeiro 04, 2007

MMVII


Chegou o novo ano.

Chegaram novos limites e novas aspirações, ambos velhos, mas reforçadas de desejo de concretização.

A mudança de ano lança-me sempre numa senda de me tornar melhor, de mudar vis hábitos, de transformar certas atitudes, de alcançar novas metas. Ano após ano, quero acreditar que assim acontece, se não todos os votos, pelo menos parte deles, que me tornarão uma melhor pessoa. Não quero ser lírico, até porque mudar coisas em nós é mais difícil que mudar um político dum tacho, visto que o factor de mudança não deixa de ser o próprio alvo (isto se o factor não tiver alguma alavanca). Contudo, o desejo está lá e não o devemos esmorecer.

Este ano será para os chineses o do porco. Segundo os nossos orientais amigos, o "porco" é de personalidade divertida e iluminada abençoada pela paciência e compreensão, além de ser muito altruísta. Ora, nada melhor que desejar-me e a todos que sejamos todos uns "porcos" este ano.

Já agora, desejar que alguns porcos, que por ai andam, sejam mais limpos.

Para ti, 2007, que agora nasceste, o meu Bloga-me isto!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Natal


Adoro o Natal.

Esta época em que se tenta, de alguma forma, tocar em certos pontos que a humanidade, em geral, se esqueceu. Não é todos os dias, mas pelo menos é num em especial.


No entanto, o elan que tinha o meu Natal de infância é diferente agora.

Lembro-me da magia das luzes que me ofuscavam, da paz das cantilenas, do frio que me aquecia o coração, do Natal dos hospitais, do sapatinho debaixo da árvore, do meu "cordeirinho" no nosso presépio.


Hoje é diferente. Diria que é um Natal da abundância. Em que tudo é demais e em demasia.

Lembrei-me hoje dum Natal em especial, em que os meus pais, por ter sido um ano difícil, nos disse que as prendinhas eram poucas. Mas para mim, ainda hoje foram muitas. E dei comigo a pensar que aquele Natal foi especial, não porque foi pobre, mas porque as prendas valeram mais, valeram pelo espírito do verdadeiro Natal. Em o que interessa é o gesto e não o tamanho da mesma. E não me esqueço que quando Jesus nasceu, foi em palhinhas e não num berço de ouro.


Desejo ao mundo o dobro que desejo-me a mim. Um Santo Natal!Bloga-me isto!

sexta-feira, dezembro 15, 2006

terça-feira, dezembro 12, 2006

Frase do Dia III

"Se a escada não estiver apoiada na parede correcta, cada degrau que subimos é um passo mais para um lugar equivocado."
Stephen Covey

Vivemos num tempo...


Vivemos num tempo em que tudo se processa com o chamado "pé atrás". Imagino que isso se deva a uma precaução de segurança, que decorre da dita segurança ser insegura. Passa pelas actividades normais diárias, como andar de carro, passear o cão, levantar dinheiro no Multibanco, até às próprias relações humanas, em que somos levados a provar que somos “normais” e não o contrário, como seria expectável (claro que tem de se explicar o que é ser normal também…).
Que raio de sociedade é que estamos a construir? Que sensação de liberdade é esta, que muitos propalam, mas que no dia-a-dia estamos constantemente a violar? Que sensação de liberdade é esta que as fechaduras de nossa casa são tantas que os nossos porta-chaves mais parecem os carrilhões da Torre dos Clérigos? Que sensação de liberdade é esta que olhamos para o nosso semelhante com a ideia de ser um “predador” de qualquer tipo e só após o conhecermos (bem) é que confiamos nele?
Estaremos mais seguros que no passado, só que são desafios diferentes ou realmente estamos a criar muros cada vez mais altos porque temos “Medo”? E qual a origem desse “Medo”? E quem é que é responsável pelo “Medo”, que logo, é o único que nos pode livrar desse “Medo”? Porque temos “Medo”?
Porque nos escondemos atrás de máscaras? Porque não podemos mostrar quem realmente somos? Porque é cada vez comunicamos mais, e há mais tecnologia nesse sentido, mas cada vez nos isolamos mais e nos sentimos mais sozinhos? Porque é que cada vez mais se gosta de protagonismo mas, no entanto, a nossa privacidade tem de ser respeitada? Porque é que cada vez mais se renega Deus, mas depois fica aquela sensação de vazio? E como preenchemos esse vazio?
São apenas perguntas. As respostas, cada um deve ter. Dentro dessa privacidade que cada um gosta. Bloga-me isto!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Paternidade


Haverá amor mais desinteressado do que dum pai?
Pedaços de nós que brotam em outras vidas, mas que valem muito mais. Valem porque estamos dispostos a perder a nossa, se for necessário. Legados que ficam e que nos tornam imortais. É através dos nossos filhos que abarcamos a imortalidade.
No seu sorriso, vemos a nossa felicidade. No seu choro, o nosso pranto. Nas suas conquistas, alcançamos mais longe. Nas suas quedas, as nossas fraquezas.
Digo isto porque sou pai. Tive essa graça de Deus.
Hoje sou diferente. Hoje vejo o mundo com outros olhos, mas o mundo é igual, só que as suas prerrogativas é que mudaram. Como mudaram! Nada à volta pode ser indiferente. Nada do que se diz pode ser irreflectido. Nada do que se faz é desvalorizável. Porque eles estão ali, a olhar-nos, a analisar-nos, a absorver-nos. Mentes ávidas de modelos e experiências, sedentos de carinho e atenção. Faz-nos sentir importantes mas impotentes. Como dizia o outro:”Não nascem com manual de instruções!”
Amo-os com todo o meu ser e toda a minha alma. Só podem ter de mim o meu melhor. Devo-lhes isso. Porque me dão sentido. Porque por eles viverei eternamente! Bloga-me isto!

terça-feira, dezembro 05, 2006

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Frase do Dia II

"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita."
Mahatma Gandhi

Queria-te fazer uma melopeia...


Queria-te fazer uma melopeia. Encerrar numa mescla de vocábulos o resumo do que não tem palavras.
Há coisas que não se fazem, olham-se.
Há coisas que não se dizem, sentem-se.
Há coisas em que os 5 sentidos não chegam. Não se consegue tocar o inteligível. Não se consegue explicar o destino que nos juntou, e no entanto aqui estamos. O realismo das nossas vidas só consegue sobreviver porque no âmago de nós, há mais para além do que vemos.
Existimos mas não separados. Vivemos mas também sobrevivemos, no dia-a-dia, na correria, no cansaço. Há coisas que não fazemos, mas no fundo sabemos que fazíamos. Adia-se mas não se esquece. Contigo descanso mas também me canso. Somo mas também subtraio o que multiplico para dividir. As nossas contas não são certas. Nós somados dá quatro. Nós divididos não dá nada.
Queria-te fazer uma melopeia. Mas à falta das palavras, fica a vontade de viver a teu lado…

terça-feira, novembro 28, 2006

Ironias...

Reparem bem no chapéu da vitima...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Livre




Tudo que em mim encerrava
Aprisionado estava
Queria falar e explicar
Mas onde poderia estar?
Meu canto criei
Meu mundo propalei.
Agora sou mais livre
Duma forma que nunca estive.
Abri-me e soltei-me
Escancarei e mostrei-me
Sou verdadeiro no que escrevo
Porque é da alma este acervo.
Agora que caminho
Sei que rimo
Estou feliz por partilhar
Aquilo que tenho para dar
Para ti, sei que existo
Aqui, no Bloga-me isto!

terça-feira, novembro 21, 2006

Frase do Dia

"A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."
George Bernard Shaw

Procrastinare



Procrastinação.
Eis uma palavra que me descreve tão bem e, no entanto, só este fim-de-semana é que a aprendi. Como certas das nossas características, que às vezes tão enraizadas em nós estão, que as julgamos difíceis de explicar, e de repente, uma palavra as define, qual luz na escuridão. E esta minha característica há muito a tinha atirado para o negrume do meu ser. Mas, inevitavelmente, ela não desaparece, porque o lixo debaixo do tapete não se esfuma.

Procrastinação não é mais do que o acto de adiar. E ninguém o faz tão bem (ou será tão mal) como eu. Em meu peito bato Mea Culpa. E na minha cabeça, se pudesse, deveria ser um maço. Desta forma, me confesso ser um “procrastinante”. Para ser mais preciso, deveria incluir compulsivo. Mas a própria cobardia que me torna procrastinante, é a mesma que não quer revelar a agudeza da minha particularidade. O próprio nome parece ser feito para mim: Pró-castro!

Mas é tempo de a enfrentar. Assim, como tive a felicidade de lhe conhecer o nome, é tempo de elimina-la de dentro. É que esta característica trabalha na sombra. Qual cicuta que vai envenenando o espírito. E como qualquer coisa que vicia, carece de um período de purga, de desmame, de destilação deste veneno que se espalhou até à mais pequena célula. Declaro-lhe daqui, qual grito de ipiranga, a minha independência ao seu domínio. Vou torna-la torpe a para poder defecar, e depois, bem no fundo da sanita, a enviarei para o fundo dos oceanos (que me perdoem os peixinhos!). Não sei se existem os Procrastinantes Anónimos porque poderia, então, dar o meu contributo.

Como alguém disse: “Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo”. Nunca foi tão verdade para mim. Bloga-me isto!

terça-feira, novembro 14, 2006

Love is Blindness

Love is blindness, I don't want to see
Won't you wrap the night around me?
Oh, my heart, love is blindness.

In a parked car, in a crowded street
You see your love made complete.
Thread is ripping, the knot is slipping
Love is blindness.

Love is clockworks and cold steel
Fingers too numb to feel.
Squeeze the handle, blow out the candle
Love is blindness.

Love is blindness, I don't want to see
Won't you wrap the night around me?
Oh, my love,
Blindness.

A little death without mourning
No call and no warning
Baby, a dangerous idea
That almost makes sense.

Love is drowning in a deep well
All the secrets, and no one to tell.
Take the money, honey...
Blindness.

Love is blindness, I don't want to see
Won't you wrap the night around me?
Oh, my love,
Blindness.

By U2

segunda-feira, novembro 13, 2006

Quem matou a Política?


Houve alturas em que me entusiasmava a Política. Vivia intensamente os seus meandros, as suas contradições, as suas batalhas. Dum lado estava o bem, e do outro, o mal. Apaixonava-me as discussões ideológicas, que acalorava no confronto próximo de eleições. Houve um tempo, em que as secções mais interessantes dos jornais eram as políticas e a dos artigos de opinião. Em que ficava furioso quando a demagogia era latente, e radiante quando a crítica era favorável. Respirava-a. Nutria-a e ruminava-a. Tinha orgulho de algumas das minhas primeiras palavras em criança terem sido de partidos políticos (e logo dos correctos), e de que tinha lido “A República” de Platão, “O Príncipe” de Maquiavel e “A utopia” de Thomas More.
Havia um tempo! Mas não há mais.

Acabou-se o encanto. O fastio tomou o lugar da paixão. A fleuma ao fervor. Pergunto-me muitas vezes o que ocorreu. Terá sido o peso da idade, a maturidade de ver cinzento onde antes só havia branco e preto? Terá sido o laxismo, o conformismo da vida sedentária, a primazia de outros motivos?
Minha resposta inclina-se por outro lado. Tal assunto que me enchia, e que me deixa, hoje em dia, nostálgico, não podia ser abalado pelos ventos da maturidade. Nem me fazia sentir agerásico.

Não! Acho que são os protagonistas desta Política actual. É uma era em que a demagogia e populismo de esquerda tem mais protagonismo, em que se faz recauchutagens de velhos senis e gastos, em que os complexos de Abril continuam enraizados, numa imprensa dominada por uma facção, em que o imediatismo da nossa sociedade impõe políticas a curto prazo, que quem é bom não se quer imiscuir com deputados e ministros de currículo parco e sinuoso, de camaradagem em vez de capacidade, de populismo em vez de ideologia.
Não há quem me arrebata para dentro da carruagem de novo. Não espero D. Sebastião, mas também não me sinto Velho do Restelo. Com raríssimas excepções, a cena política nacional veste-se de fato cinzento. Pena é que os cérebros também não o sejam.

Hoje estou numa cadeira incómoda. Não me sento em nenhuma mesa. E sinto falta disso. Não me repasto numa iguaria de ideias, regada com combatividade e servida quente. Só vejo buffets de frios, acompanhados de coca-cola.

E sinto-me responsável por isso! E por tal, Bloga-me isto!

Crossroad


Onde tenho andado? Em que vias me tenho perdido?
O que mais importante é que as nossas próprias coisas, sem que tenham a devida atenção?
A vida tem mais que um caminho, mais que uma encruzilhada por dia, mais entroncamentos sem prioridade, em que nos perdemos, perguntamos por direcções, chocamos com o alheio.
A simplicidade do confuso, uma VCI em hora de ponta, um acidente sem culpa, que nos afasta daquilo que amamos.
Mas necessitamos de entrar por vias secundárias, fugindo das principais, de vez em quando. É nelas em que nos encontramos. É nelas que nos testamos. Muitas vezes, em que cortamos caminho.
A vida tem mais que um caminho. E aqui, nunca me perco.
Bloga-me isto!

quinta-feira, outubro 26, 2006

B(r)anco é...


Recebi esta carta que foi enviada por alguém ao BES. Por ser muito verdade e devido à criatividade com que foi redigida, achei que a devia colocar aqui por concordar com ela. Hei-de um dia escrever igualmente sobre este assunto, mas por ora, aqui fica esta pérola:

"CARTA ABERTA AO BES

Exmos Senhores Administradores do BES

Gostaria de saber se os senhores aceitariam pagar uma taxa, uma pequena taxa mensal, pela existência da padaria na esquina da v/. rua, ou pela existência do posto de gasolina ou da farmácia ou da tabacaria, ou de qualquer outro desses serviços indispensáveis ao nosso dia-a-dia. Funcionaria desta forma: todos os meses os senhores e todos os usuários, pagariam uma pequena taxa para a manutenção dos serviços (padaria, farmácia, mecânico, tabacaria, frutaria, etc.). Uma taxa que não garantiria nenhum direito extraordinário ao utilizador. Serviria apenas para enriquecer os proprietários sob a alegação de que serviria para manter um serviço de alta qualidade ou para amortizar investimentos. Por qualquer produto adquirido (um pão, um remédio, uns litros de combustível, etc.) o usuário pagaria os preços de mercado ou, dependendo do produto, até ligeiramente acima do preço de mercado. Que tal? Pois, ontem saí do meu BES com a certeza que os senhores concordariam com tais taxas. Por uma questão de equidade e de honestidade. A minha certeza deriva de um raciocínio simples. Vamos imaginar a seguinte situação: eu vou à padaria para comprar um pão. O padeiro atende-me muito gentilmente, vende o pão e cobra o serviço de embrulhar ou ensacar o pão, assim como, todo e qualquer outro serviço. Além disso, impõe-me taxas. Uma "taxa de acesso ao pão", outra "taxa por guardar pão quente" e ainda uma "taxa de abertura da padaria". Tudo com muita cordialidade e muito profissionalismo, claro. Fazendo uma comparação que talvez os padeiros não concordem, foi o que ocorreu comigo no meu Banco. Financiei um carro. Ou seja, comprei um produto do negócio bancário. Os senhores cobraram-me preços de mercado. Assim como o padeiro cobra-me o preço de mercado pelo pão. Entretanto, de forma diferente do padeiro, os senhores não se satisfazem cobrando-me apenas pelo produto que adquiri. Para ter acesso ao produto do v/. negócio, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de crédito" - equivalente àquela hipotética "taxa de acesso ao pão", que os senhores certamente achariam um absurdo e se negariam a pagar. Não satisfeitos, para ter acesso ao pão, digo, ao financiamento, fui obrigado a abrir uma conta corrente no v/. Banco. Para que isso fosse possível, os senhores cobraram-me uma "taxa de abertura de conta". Como só é possível fazer negócios com os senhores depois de abrir uma conta, essa "taxa de abertura de conta" se assemelharia a uma "taxa de abertura da padaria", pois, só é possível fazer negócios com o padeiro, depois de abrir a padaria. Antigamente, os empréstimos bancários eram popularmente conhecidos como "Papagaios". Para gerir o "papagaio", alguns gerentes sem escrúpulos cobravam "por fora", o que era devido. Fiquei com a impressão que o Banco resolveu antecipar-se aos gerentes sem escrúpulos. Agora ao contrário de "por fora" temos muitos "por dentro". Pedi um extracto da minha conta - um único extracto no mês - os senhores cobraram-me uma taxa de 1> EUR> . Olhando o extracto, descobri uma outra taxa de 5> EUR> "para a manutenção da conta" - semelhante àquela "taxa pela existência da padaria na esquina da rua". A surpresa não acabou: descobri outra taxa de 25> EUR> a cada trimestre - uma taxa para manter um limite especial que não me dá nenhum direito. Se eu utilizar o limite especial vou pagar os juros mais altos do mundo. Semelhante àquela "taxa por guardar o pão quente". Mas, os senhores são insaciáveis. A prestável funcionária que me atendeu, entregou-me um desdobrável onde sou informado que me cobrarão taxas por todo e qualquer movimento que eu fizer. Cordialmente, retribuindo tanta gentileza, gostaria de alertar que os senhores se devem ter esquecido de cobrar o ar que respirei enquanto estive nas instalações do v/. Banco. Por favor, esclareçam-me uma dúvida: até agora não sei se comprei um financiamento ou se vendi a alma? Depois que eu pagar as taxas correspondentes, talvez os senhores me respondam informando, muito cordial eprofissionalmente, que um serviço bancário é muito diferente de uma padaria. Que a v/. responsabilidade é muito grande, que existem inúmeras exigências legais, que os riscos do negócio são muito elevados, etc, etc, etc. e que apesar de lamentarem muito e nada poderem fazer, tudo o que estão a cobrar está devidamente coberto por lei, regulamentado e autorizado pelo Banco dePortugal. Sei disso. Como sei, também, que existem seguros e garantias legais que protegem o v/. negócio de todo e qualquer risco. Presumo que os riscos de uma padaria, que não conta com o poder de influência dos senhores, talvez sejam muito mais elevados. Sei que são legais. Mas, também sei que são imorais. Por mais que estejam protegidos pelas leis, tais taxas são uma imoralidade. O cartel algum dia vai acabar e cá estaremos depois para cobrar da mesma forma."
Falou e disse Bloga-me isto!

terça-feira, outubro 24, 2006

V de Vale a pena


Um filme que vi recentemente e que aconselho. Pena a parte dos gays mas é um grande filme. Valeu!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Cultura plastificada


Como sempre, estou muito atento ao que se passa na minha cidade, fácil de se verificar, como sendo a mui nobre, invicta e sempre leal cidade do Porto.

E como tal, não posso deixar de comentar o que se passou no teatro Rivoli. No entanto, para o comentar, terei que descer uns degraus para o cerne da questão, ou seja, a cultura. Não a dos campos (excepto dos Elísios) mas sim o vulgo para expressões de arte.

Confesso, e já o referi algures, que sou um gajo básico. Mas nem acho que seja muito diferente dos comuns mortais que, lado a lado, partilho o espaço deste bonito país que é Portugal, e sendo um pouco mais arrojado, o dito mundo Ocidental. Digo isto porque me confunde ver certas “expressões” de arte. Ponho entre aspas para dar um sentido mais lato à palavra. Dou um exemplo. Estava a ver as notícias num certo canal quando, a propósito de certo certame “artístico”, vi uma jovem a regurgitar papel, que tinha estado a enfiar na boca. Não sei se tive azar de apanha-la no meio do almoço (as fibras fazem bem) e da moçoila não ter gostado da gramagem ou da cor do papel, mas a verdade é que associei aquilo ao que alguns seres chamam arte. Não seres mortais (como eu), mas seres “Que da lei da morte se vão libertando” à custa destas “expressões” (podem imaginar a expressão da cara da artista). Acredito, piamente, que aquilo tenha alguma mensagem, mas se é atractivo para o povão, tenho as minhas dúvidas.

Exemplo número dois. Estive certo dia numa exposição de pintura, no museu de Serralves, e no centro duma parede estava um quadro branco. Ao longe, até pensei que estava a ver desfocado. Por isso, aproximei-me, colei o meu nariz para ver se ao menos haveria alguma coisa microscópica naquela tela, mas nada encontrei. Branco. Como possivelmente a inspiração do artista naquele dia, ou como a minha imaginação na maior parte das vezes. Mas daí a baptizar a obra (porque de certo foi um acto de obrar) e depois a dar a ver ao mundo, vai um grande passo (para ele foi pequeno porque não precisou de fazer muito).

Resumindo, manifestações como estas são para um número muito (mas mesmo muito) pequeno de pessoas que, de uma forma geral, e talvez por terem fumado umas ervinhas a mais, acham que aquilo é arte, e estão dispostas a pagar para ver. E é aqui que tudo se resume. O pagar!

O que tal grupo teatral Plástico pretende é impedir que o nosso Rivoli seja gerido por uma empresa privada. Isso, para estes artistas, é mau. Claro que os compreendo. Ter um privado a gastar dinheiro público, é pecaminoso. Lucro nas artes, sacrilégio. Tentar que os programas de espectáculos sejam populistas (porque muita gente significa muitas receitas), que infâmia! Assim como compreendo que foi desmesurada o envio de 100 polícias para os tirar da sala. Pois eles só estão habituados a ter à volta de 50 pessoas no público (com uma boa casa), foi nitidamente desproporcionado. Mas lá conseguiram ter alguma publicidade, a “Rivolição” não passou mais de uma reciclagem destes “plásticos”, e no próximo espectáculo já terão, em vez de 50 pessoas, mais umas dez, ganhos aos polícias lá que foram, pois viram por lá umas miúdas bem boas.

É triste que os artistas, apoiados por uma classe de pseudo-intelectuais, continuem a fabricar uma espécie de arte para alguns, e reclamem apoios para subsistirem. Para isso, existe (infelizmente) o rendimento mínimo. Se querem ter apoios, encham salas, museus, ruas, encontrem nas pessoas comuns lugar onde desenvolver a vossa veia criativa, e para aqueles que gostem de ver “vómitos de papel” dêem-lhes, de vez em quando, uma borla, para ficarem satisfeitos.

Para mim, fico satisfeito por saber que na câmara tem alguém que acha que dar subsídios a indivíduos, para se masturbarem nas suas obras, é desperdício.
Para eles, o meu Bloga-me isto!

Há Mare e Mare...


Celebro hoje a união deste Blog com outro distinto Blog "no outro lado".
Assim como as cidades geminadas, também assim eu vejo estes dois.
O seu criador, Mare, é um verdadeiro tsunami de inteligência e bom gosto.
A não perder! Bloga-me isto! http://maislonge.blogspot.com

quinta-feira, outubro 19, 2006

Via Verdusca


Ontem ficamos a saber que a Região do Grande Porto já está muito desenvolvida. Sim, porque as portagens nas nossas SCUT’s vão ser uma realidade e, a razão para isso, é o grau de desenvolvimento desta nossa zona.

Não sei se hei-de ficar contente, ou chorar baba e ranho. Não, porque não concorde com as portagens, mas sim pela justificação delas. Mas vamos por partes.

Primeiro, cadê a responsabilidade das promessas? Foi uma promessa de campanha não alterar o regime das SCUT’s, se bem que o adversário directo tenha dito que isso era impossível, era desastroso e irresponsável. Mas, contra os argumentos (reais), optou-se pela demagogia, para se conseguir mais uns votos, e pronto! Ao fim de um ano e tal de governo, eis que a “promessa” torna-se “conversa” (da treta, claro). Quando é que estes gajos irão parar com isto? Claro que a culpa não é só deles. É igualmente dos “nabos” que acreditam, em campanha, neste tipo de juras!

Depois, a confirmação de que somos uma região desenvolvida. Que raio de merda é esta? Que patranha é esta que nos pretendem colar? Se há região deprimida, com maior nível de desemprego, e que ano após ano, leva golpes destes nas costas, é a região do Porto. Não aceito ser mais vergastado por esses políticos do sul, que olham para cima, qual complexo de “mouro conquistado”, e dizem: “Estes saloios (não se esqueçam que só Lisboa é que é cidade) no Norte, com as suas empresas, têm muito dinheiro (veja-se o contributo do Norte no PIB), vamos lá sacar mais um tanto para podermos fazer mais um aeroporto (ridículo), mais uma ponte (para outra margem), e o que nos vier à cabeça, aqui, onde tudo conflui, qual ralo na banheira!”. Depois admirem-se tanta bílis da nossa parte. Percebo que gostem muito de “Elefantes Brancos” mas, para aqui no norte, é mais “Pérolas Negras”.

E quanto às vias alternativas? Bem, essa é que de morrer! Qual a alternativa à A29? A N109! A A29 foi construída (literalmente) por cima dessa “via alternativa”. Outra é a A1. Claro, também se paga portagens, mas isso é um pormenor. E que tal a IC24? Ou “Via de Cintura Externa inacabada que está prometida há mais de 20 anos e nunca sai do papel e é uma vergonha que uma cidade da dimensão do Porto não tenha bypass e todo o tráfego rodoviário de norte para sul e sul para norte tenha de passar no meio dela”? (o nome da IC24 é longo, não é?). Qual a alternativa a esta? NÃO HÁ. É que aqui não há CREL’s , CRIL’s e afins. Aqui só há CROLL’s nas piscinas desses nossos supostos ricos empresários.

No entanto, não é de esquecer qual o proponente desta pérola do OE07. O Ministro Mário Lino, esse farfalho (lembram-se da alface velha dos Gato Fedorento) que desde que foi empossado como ministro de Portugal, tem sido um verdadeiro “mouro” de trabalho contra os interesses do norte. É interessante ver que sempre que essa figura mourisca aparece, é para nos puxar as orelhas. Mas ele a mim, já não me vai puxar mais nada, para além desde escarro que daqui lhe propalo.

Urge que renasça o D. Afonso Henriques, porque afinal não conseguiu expulsar todos os mouros de Lisboa. A Al-Qaeda tem QG no Ministério das Obras Públicas (ou será Ministério das Obras Lisbonenses), sob a chefia do Sheik Osama Mário Lino, e está a fazer com que o Porto se pareça Bagdade. Para mim, ele é o “ás de espadas” nos mais procurados no norte.

Para ele, para as suas portagens e co-proponentes, o meu Bloga-me isto!
P.S. O blogger Mário Lino tem andado muito distraído com o seu Alforge (porque será que eu não me admiro do nome do blog incluir o Al), porque já não é actualizado desde Fevereiro de 2005. Deve estar muito ocupado com as contas das portagens do Norte e não tem tempo para isso. Aproveito para o relembrar de ler o seu artigo, tornado autobiográfico, intitulado "Um Ministro patético". http://alforge.blogspot.com/

quarta-feira, outubro 18, 2006

McGolos


A justiça tardou mas foi reposta. Ao jeito de um Big Mac (mas com 4 na pá), vingou-se um certa indigestão, num certo dia, no ano certo de 1990. Igualmente houve mãos, mas desta vez castigou-se. Deve haver uma certa confusão lá para os lados de Hamburgo em relação a jogar à bola: rapazes, no futebol, mão é falta! Se bem que nem todos os árbitros conseguem "ver" isso, não abusem da sorte. Mas se quiserem repetir a dose no dia 1, tá tudo!
Força Porto e Bloga-me isto! Hamburgo...

segunda-feira, outubro 16, 2006

(Im)pressionado


Hoje sinto-me cinzento como o dia. Esta mania de nos imiscuir com tempo que faz lá fora. Parece que o nosso humor, ao acordar, consulta o barómetro. “Ei, hoje temos um anti-ciclone nos Açores. Que fixe. Vou estar bem disposto.” Ou “Merda. As baixas pressões fazem prever um dia chuvoso. Hoje o astral vai estar por baixo”.

Sem falar naqueles casos em que estas variações de pressões fazem mesmo doer determinadas zonas corporais. Irritante.

Urge que nos revoltemos contra esta tirania das pressões atmosféricas.

Será que as viagens sub-espaciais aspiram a isto?

Que tal um fato que nos proteja, que compense eventuais oscilações da pressão? Desde que não provoque cólicas internas, regularizando as exteriores, enquanto as interiores assemelhem-se à ingestão duma feijoada.

Uma cura etílica também é capaz de ajudar neste combate. No entanto, “chover” com chuva é capaz de ser catastrófico. Já basta o caos que se instala no nosso trânsito quando apenas algumas gotas de óxido de hidrogénio caem, quanto mais se os nossos “Schumachers” estiverem com um grão na asa!

Alternativamente, um “embriagamento” com música poderá ajudar. Notas alinhadas harmoniosamente, aspirando ao coro celestial de anjos e querubins, tocando a sinfonia das estrelas. O problema é onde encontrar. A rádio de certeza que não é fonte. Entre notícias cinzentas (como nos sentimos); com concursos entre o galo e a galinha; ou dos muitos nabos da stand-up comedy que estão pulverizados por ai, é local a evitar. Dentro dos nossos CD’s? Aqueles que já ouviste mil vezes, e te agonias só de pensar que aquele que queres deixaste em casa? AHHHHH

Então o que fazer?

Provavelmente nada. É daquelas coisas que temos de conviver, tal como a inevitabilidade da nossa sogra, dos impostos e da morte. Deambulamos nesse dia, quais mortos-vivos, judeus-palestianos, portistas-benfiquistas…

Amanhã será outro dia, a pressão lá estará, mas a cura de sono faz-me esquecer que hoje é segunda-feira e estive 1 hora no trânsito.

E depois, isto aqui também ajuda. Começo a escrever e Bloga-me isto!

sexta-feira, outubro 13, 2006

Fragilidades

Somos animais.

Esta nossa condição ninguém a pode desmentir, a não ser que se mudem as actuais definições do que é ser animal (o que está em voga, senão veja-se as ultimas reclassificações do que é ser planeta ou que é ser um advérbio em português). No entanto, o que nos distingue dos nossos conterrâneos “bestificados” amigos, é esta condição tão humana de sermos geridos pelas emoções. Sublinho o geridos e não que somos monopolistas de emoções (isso é outra conversa). Mas, observo o quão confrangedor pode ser esta gestão por algo que nos é impossível controlar, ou muitas vezes, entender. Refiro-me ao mais que evidente macho dominante pela sua força física, ser destronado por um simples heartbreak; ou um nato pigmeu ser temido por todos. É obvio que isto só é possível no Homem.

Desde cedo adquirimos esta capacidade de usarmos as emoções para a gestão do nosso dia-a-dia. Só um pai sabe o quão maravilhosamente malvado é um sorriso de um bebé de 2 meses. Impossível virar a cara. E no entanto, já está a ser usada essa capacidade só para atrair a atenção do progenitor (e diga-se muito eficazmente)!

Dei-me por mim a pensar nisto hoje, por ter sido confrontado com isto. Não directamente, mas como espectador de quem já foi actor principal. Neste palco que é a vida, o timing de estar na plateia ou em cena é alternado. E depende muito do qual a peça que está no ar. Porque somos espectadores numa e actores noutras.

Mas voltando à vaca fria, a tirania das emoções faz-nos sentir fortes num dia, para no outro ser o apocalipse now. "...Um dia rei, noutro dia sem comer..." O constatar isso é atingir a nossa mais pura essência, chame-se patológica ou motora, dissonante ou arrebatadora, mas o que nos faz realmente ser Humanos.
A propósito disto, convém referir que o sexo feminino está muito mais evoluído nesta gestão, o qual usam e abusam (manipulação!!!) há longuíssimos séculos, ao ponto de eu achar que já estão geneticamente modificadas!

Chamei ao texto Fragilidades. Serão?
Se achas, Bloga-me isto!

quinta-feira, outubro 12, 2006

No principio era...


As primeiras palavras.
Como na nossa própria evolução na "arte" de falar, este meu primeiro texto é como um "arrulhar". gugu dada.
Não tenho pretensão que este meu cantinho na net tenha algum protagonismo. Nem mesmo que seja um modelo a seguir. Nem mesmo ter um publico alvo. Escrevo para mim, por mim e por quem o quiser visitar.
O meu eu em estado bruto, sem máscaras, sem barreiras, um verdadeiro sashimi da minha alma.
Nunca fui bom a escrever. Como um ser básico que sou, minha escrita reflete-o bem. Por isso sei que os "prémios Nobel" rir-se-iam(ião) da minha prosa. Mas, como os nossos antigos navegantes, nas suas frágeis barcas longe chegaram, não será isso que me demoverá de escrever.
Minhas tágides serão as referências da minha vida. A minha linda família (Tania, Francisco e Afonso, até à data), pais e irmãos, amigos do peito e do queixo, gurus e mestres, e tudo que me influencia diariamente.
Assim fui, sou e serei. E enquanto puder, aqui estarei e assim o direi: Bloga-me isto!